sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Batalha do labirinto - capitulo 13




                                  Contratamos um novo guia

Horas depois, minha jangada foi levada até o Acampamento Meio-Sangue. Como eu cheguei lá, não faço ideia. Em algum ponto a água do lago simplesmente mudou para água salgada. O familiar contorno da costa de Long Island apareceu à frente, e um amigável casal de grandes tubarões brancos veio a tona e me guiou até a praia.

Quando eu atraquei, o acampamento parecia deserto. Era fim de tarde, mas a classe de arco e flecha estava vazia. A parede de escalada soltava lava e balançava por conta própria. Pavilhão: nada. Chalés: todos desocupados. Então eu vi fumaça subindo do anfiteatro. Era muito cedo para a fogueira, e não achei que eles estavam assando marshmallows. Corri para lá.

Antes mesmo de chegar lá ouvi Quíron fazendo um anúncio. Quando entendi o que ele estava dizendo, eu empaquei no lugar.

– ... assumimos que ele está morto – Quíron disse. – Depois de um silêncio tão longo, é improvável que nossas preces serão atendidas. Eu pedi à sua melhor amiga sobrevivente que fizesse as honras finais.

Eu fui para a parte de trás do anfiteatro. Ninguém me notou. Todos eles estavam olhando adiante, assistindo Annabeth pegar um longo pano de sepultamento de seda verde, com um tridente bordado, e jogar nas chamas. Eles estavam queimando minha mortalha. Annabeth voltou a olhar para a plateia. Ela parecia horrível. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, mas ela conseguiu dizer:

– Ele foi provavelmente o amigo mais valente que eu já tive. Ele... – Então ela me viu. Seu rosto ficou vermelho sangue. – Ele está bem ali!

Cabeças se viraram. Pessoas ofegaram.

– Percy! – Beckendorf sorriu. Um grupo de outras crianças se aglomerou ao meu redor e me deram tapinhas nas costas. Ouvi algumas maldições do chalé de Ares, mas Clarisse só rolou os olhos, como se ela não acreditasse que eu tive a cara de pau de sobreviver.

Quíron se aproximou e todos abriram caminho para ele.

– Bem – ele suspirou com um óbvio alívio. – Eu não acredito que já tenha ficado tão feliz em ver um campista retornar. Mas você precisa me contar–

– ONDE VOCÊ ESTAVA? – Annabeth me interrompeu, empurrando os outros campistas para o lado. Eu pensei que ela ia me esmurrar, mas ao invés disso ela me deu um abraço tão forte que quase quebrou minhas costelas. Os outros campistas ficaram em silêncio. Annabeth pareceu perceber que estava fazendo uma cena e se afastou. – Eu - nós pensamos que você estava morto, Cabeça de Alga!

– Sinto muito – falei. – Eu me perdi.

– SE PERDEU? – Ela gritou. – Duas semanas, Percy? Em que mundo–

– Annabeth – Quíron interrompeu. – Talvez devêssemos discutir isto em algum lugar mais reservado, não acha? O resto de vocês, de volta para suas atividades normais!

Sem nos esperar protestar, ele apanhou facilmente Annabeth e a mim como se fôssemos gatinhos, nos atirou em cima de suas costas, e galopou para a Casa Grande.



Eu não contei a eles a história inteira. Não conseguia me forçar a falar sobre Calipso. Eu expliquei como causei a explosão no Monte Sta. Helena e fui jogado para fora do vulcão. Contei como fui abandonado em uma ilha. Então Hefesto me achou e me disse que eu poderia sair dali. Uma jangada mágica me trouxera de volta para o acampamento. Isso tudo era verdade, mas enquanto falava eu sentia minhas palmas suando.

– Você se foi por duas semanas. – A voz de Annabeth agora estava estabilizada, mas ela ainda parecia abalada. – Quando ouvi a explosão pensei–

– Eu sei – falei. – Me desculpe. Mas eu descobri como se mover através do Labirinto. Eu falei com Hefesto.

– Ele lhe disse a resposta?

– Bem, ele meio que falou que eu já sabia. E eu sei. Agora eu entendo.

Eu lhes falei minha ideia.

O queixo de Annabeth caiu.

– Percy, isso é loucura!

Quíron se ajeitou em sua cadeira de rodas e acariciou sua barba.

– Há precedentes, de qualquer modo. Teseu teve a ajuda de Ariadne. Harriet Tubman, filha de Hermes, usou vários mortais em sua Ferrovia Subterrânea só por essa razão.

– Mas essa é a minha missão – Annabeth falou. – Eu preciso liderar isto.

Quíron parecia desconfortável.

– Minha querida, esta é a sua missão. Mas você precisa de ajuda.

– E isso é para ajudar? Por favor! É errado. É covardia. É–

– É difícil admitir que precisamos da ajuda de uma mortal – falei. – Mas é verdade.

Annabeth me fuzilou.

– Você é a pessoa mais irritante que eu já encontrei! – E saiu tempestuosamente da sala.

Eu fiquei olhando para a porta. Senti vontade de bater em algo.

– Isso é por ser o amigo mais valente que ela já teve.

– Ela se acalmará – Quíron prometeu. – Ela é ciumenta, meu garoto.

– Isso é estúpido. Ela não é... não é como...

Quíron riu.

– Dificilmente importa. Annabeth é muito possessiva quando se trata de seus amigos, caso você não tenha notado. Ela estava bem preocupada com você. E agora que você está de volta, acho que ela suspeita onde você estava isolado.

Encontrei seus olhos, e soube que Quíron tinha adivinhado sobre Calipso. Era difícil esconder qualquer coisa de um cara que vinha treinando heróis por três mil anos. Ele já viu de tudo.

– Nós não questionaremos suas escolhas – Quíron disse. – Você voltou. Isto é o que importa.

– Diga isso para Annabeth.

Quíron sorriu.

– Pela manhã Argos levará vocês dois para Manhattan. Você deve passar na sua mãe, Percy. Ela está... compreensivamente perturbada.

Meu coração perdeu uma batida. Durante todo o tempo na ilha de Calipso, eu nunca pensei como minha mãe estaria se sentindo. Ela pensaria que eu estava morto. Ela ficaria devastada. O que havia de errado comigo por nunca ter considerado aquilo?

– Quíron – eu disse, – e quanto a Grover e Tyson? Você acha–

– Eu não sei, meu garoto. – Quíron contemplou a lareira vazia. – Juníper está muito aflita. Todos os seus ramos estão ficando amarelos. O Conselho dos Anciões do Casco Fendido revogou a licença de Grover in absentia. Assumindo que ele volte vivo, eles o forçarão a um exilo vergonhoso. – Ele suspirou. – Grover e Tyson são cheios de recursos, porém. Nós ainda temos esperança.

– Eu não devia ter deixado os dois irem.

– Grover tem seu próprio destino, e Tyson foi bravo em segui-lo. Você saberia se Grover estivesse em perigo mortal, não acha?

– Eu suponho. A conexão empática. Mas–

– Tem mais uma coisa que eu deveria contar a você, Percy – ele disse. – Na verdade, duas coisas desagradáveis.

– Ótimo.

– Chris Rodriguez, nosso convidado...

Eu lembrei o que tinha visto no porão, Clarisse tentando falar com ele enquanto ele balbuciava sobre o Labirinto.

– Ele está morto?

– Ainda não – Quíron disse severamente. – Mas ele piorou muito. Ele está na enfermaria agora, muito fraco para se mover. Eu tive que ordenar à Clarisse que voltasse ao seu horário regular, pois ela estava ao lado de sua cama constantemente. Ele não responde a nada. Não come nem bebe. Nenhum dos meus remédios ajuda. Ele simplesmente perdeu a vontade de viver.

Eu estremeci. Apesar de todos os desentendimentos que tivera com Clarisse, eu me senti péssimo por ela. Ela tentou tanto ajudá-lo. E agora que eu estivera no Labirinto, pude entender porque foi tão fácil para o fantasma de Minos levar Chris a loucura. Se eu estivesse vagando por lá sozinho, sem meus amigos para ajudar, eu nunca conseguiria sair.

– Eu sinto muito em te dizer – Quíron continuou, – a outra novidade é ainda menos agradável. Quintus desapareceu.

– Desapareceu? Como?

– Três noites atrás ele deslizou para dentro do Labirinto. Juníper o viu indo. Parece que você estava certo sobre ele.

– Ele é um espião do Luke. – Eu havia contado a Quíron sobre o Rancho Triplo G – como Quintus havia comprado os escorpiões lá e Geríon estava abastecendo o exército de Cronos. – Não pode ser coincidência.

Quíron suspirou fortemente.

– Tantas traições. Eu esperava que Quintus se provasse um amigo. Isso significa que meu julgamento foi ruim.

– E quanto a Sra. O'Leary? – perguntei.

– O cão infernal ainda está na arena. Não deixa ninguém se aproximar. Eu não tive coração para colocá-la em uma jaula... ou destruí-la.

– Quintus não iria deixá-la assim.

– Como eu disse, Percy, nós estávamos errados sobre ele. Agora, você deve se preparar para a manhã. Você e Annabeth ainda tem muito que fazer.

Eu o deixei em sua cadeira de rodas, fitando tristemente a lareira. Eu imaginei quantas vezes ele ficou sentou ali, esperando por heróis que nunca voltaram.



Antes do jantar eu parei na arena de esgrima. Na mosca, a Sra. O'Leary estava enrolada como um enorme monte preto e peludo no meio do estádio, mascando as orelhas da cabeça de um boneco guerreiro.

Quando ela me viu, latiu e veio saltando na minha direção. Achei que fosse virar refeição. Eu só tive tempo pra dizer, “Ei!” antes que ela me fizesse rolar e começasse a lamber minha cara. Normalmente, sendo filho de Poseidon e tal, só fico molhado quando quero, mas aparentemente meus poderes não se estendem a saliva de cachorro, pois eu levei um belo de um banho.

– Ei, garota! – gritei. – Não consigo respirar! Saia de cima!

Em algum momento consegui tirá-la de cima de mim. Cocei suas orelhas e achei para ela um biscoito canino extra-gigante.

– Onde está seu dono? – perguntei a ela. – Como ele pôde simplesmente te deixar aqui, hum?

Ela choramingou como se quisesse saber disso também. Eu estava pronto para acreditar que Quintus era um inimigo, mas ainda não conseguia entender porque ele deixou a Sra. O'Leary para trás. Se havia alguma coisa que eu tinha certeza, era que ele realmente se importava com o seu megacão.

Eu estava pensando sobre isso e tirando a baba de cachorro da minha cara quando uma voz de garota disse:

– Você tem sorte que ela não arrancou a sua cabeça fora.

Clarisse estava do outro lado da arena com sua espada e escudo.

– Vim aqui para praticar ontem – resmungou. – O cão tentou me mastigar.

– Ela é inteligente – eu disse.

– Engraçadinho.

Ela veio para perto de nós. Sra. O'Leary rosnou, mas eu bati levemente em sua cabeça e a tranquilizei.

– Cão infernal estúpido – Clarisse disse. – Não vai me impedir de treinar.

– Eu ouvi sobre o Chris – falei. – Sinto muito.

Clarisse fez um círculo em volta da arena. Quando ela foi pra cima do boneco mais próximo, ela atacou cruelmente, cortando sua cabeça fora em um único golpe e perfurando o estômago com a espada. Ela retirou a espada e continuou andando.

– É, bem. Às vezes as coisas dão errado. – Sua voz estava trêmula. – Heróis se machucam. Eles... eles morrem, e os monstros simplesmente continuam voltando.

Ela apanhou uma lança e a lançou através da arena. Ela entrou bem entre os olhos do capacete de um boneco. Ela chamou Chris de herói, como se ele nunca tivesse ido para o lado dos Titãs. Isso me lembrou como Annabeth às vezes falava de Luke. Decidi não falar sobre isso.

– Chris foi corajoso – eu disse. – Espero que ele fique melhor.

Ela olhou para mim como se eu fosse seu próximo alvo. A Sra. O'Leary rosnou.

– Me faça um favor – Clarisse me falou.

– Sim, claro.

– Se você achar Dédalo, não confie nele. Não peça ajuda a ele. Só o mate.

– Clarisse–

– Porque alguém faria algo como o Labirinto, Percy? Essa pessoa é má. Claramente má.

Por um segundo ela me lembrou Eurítion, o vaqueiro, seu muito mais velho meio irmão. Ela tinha o mesmo olhar duro em seus olhos, como se tivesse sido usada nos últimos dois mil anos e estivesse ficando cansada disso. Ela embainhou sua espada.

– O tempo de praticar acabou. A partir de agora, vai ser de verdade.



Naquela noite eu dormi em meu próprio beliche, e pela primeira vez desde a ilha de Calipso, os sonhos me encontraram. Eu estava no tribunal de um rei – uma grande câmara branca com colunas de mármore e um trono de madeira. Sentado nele havia um cara rechonchudo com cabelo ruivo encaracolado e uma coroa de louros. Ao seu lado estavam de pé três garotas que pareciam serem suas filhas. Todas tinham o mesmo cabelo ruivo e usavam túnicas azuis.

As portas rangeram ao abrir e um arauto anunciou:

– Minos, Rei de Creta!

Eu enrijeci, mas o homem no trono simplesmente sorriu para suas filhas.

– Mal posso esperar para ver a expressão em seu rosto.

Minos, a própria assombração real, entrou na sala. Ele era tão alto e sério que fazia o outro rei parecer tolo. A barba pontuda de Minos tinha ficado cinza. Ele parecia mais magro desde a última vez que eu sonhara com ele, e suas sandálias tinham respingos de lama, mas o mesmo brilho cruel estava em seus olhos.

Ele se curvou duramente para o homem no trono.

– Rei Cócalo. Soube que você resolveu meu pequeno enigma?

Cócalo sorriu.

– Dificilmente pequeno, Minos. Especialmente quando você anunciou pelo mundo que estava disposto a pagar mil talentos de ouro para a pessoa que pudesse resolvê-lo. A oferta é verdadeira?

Minos bateu palmas. Dois guardas enormes entraram, lutando para carregar uma grande arca de madeira. Eles a colocaram aos pés de Cócalo, e a abriram. Pilhas de barras de ouro brilharam. Aquilo devia valer um zilhão de dólares. Cócalo assobiou apreciativamente.

– Você deve ter falido seu reino para dar tal recompensa, meu amigo.

– Isso não lhe diz respeito.

Cócalo deu de ombros.

– O enigma é muito simples, na verdade. Um de meus conselheiros o resolveu.

– Pai – uma das garotas alertou. Ela parecia ser a mais velha - um pouco mais alta do que suas irmãs.

Cócalo a ignorou. Ele pegou uma concha marinha em espiral das dobras de sua túnica. Um fio prateado havia sido passado por ela, de forma que ela estava pendurada como um pingente gigante em um colar.

Minos deu um passo à frente e pegou a concha.

– Um de seus conselheiros, você disse? Como ele passou o fio sem quebrar a concha?

– Ele usou uma formiga, se você consegue imaginar isto. Amarrou um fio de seda à pequena criatura e a persuadiu a atravessar a concha colocando mel do outro lado.

– Homem engenhoso – Minos disse.

– Ah, realmente. O tutor de minhas filhas. Elas o adoram.

Os olhos de Minos ficaram frios.

– Eu teria cuidado no seu lugar.

Eu quis avisar Cócalo: Não confie nesse cara! Coloque-o no calabouço junto com alguns leões comedores de gente ou algo assim! Mas o rei ruivo só riu.

– Não se preocupe, Minos. Minhas filhas são sábias para suas idades. Agora, sobre eu ouro–

– Sim – Minos disse. – Mas veja bem, o ouro é para o homem que resolveu o enigma. E pode haver só um homem capaz disso. Você está abrigando Dédalo.

Cócalo se mexeu desconfortavelmente em seu trono.

– Como você sabe o nome dele?

– Ele é um ladrão – Minos disse. – Uma vez ele trabalhou em minha corte, Cócalo. Ele virou minha própria filha contra mim. Ele ajudou um usurpador a me fazer de bobo em meu próprio palácio. E então ele escapou da justiça. Eu venho procurando por ele há dez anos.

– Eu nunca soube de nada disto. Mas eu ofereci ao homem minha proteção. Ele tem sido o mais útil–

– Eu ofereço a você uma escolha – Minos disse. – Entregue o fugitivo a mim, e este ouro é seu. Ou arrisque-se fazendo de mim seu inimigo. Você não quer Creta como sua inimiga.

Cócalo empalideceu. Achei estúpido ele parecer tão assustado no meio de sua própria sala do trono. Ele devia ter chamado seu exército ou algo assim. Minos só tinha dois guardas. Mas Cócalo simplesmente ficou sentado lá suando em seu trono.

– Pai – sua filha mais velha falou, – você não pode–

– Silêncio, Aelia. – Cócalo enrolou sua barba. Ele olhou de novo para o ouro brilhante. – Isso me mortifica, Minos. Os deuses não amam um homem que quebra seu juramento de hospitalidade.

– Os deuses não amam os que abrigam criminosos também.

Cócalo assentiu.

– Muito bem. Você terá seu homem atrás das grades.

– Pai! – Aelia disse novamente. Então ela se recuperou, e mudou sua voz para um tom doce. – A-ao menos nos deixe divertir nosso visitante primeiro. Após sua longa viagem, ele deve ser tratado com um banho quente, roupas novas, e uma refeição decente. Eu ficaria honrada em preparar o banho eu mesma.

Ela sorriu lindamente para Minos, e o velho rei grunhiu.

– Suponho que um banho não seria ruim. – Ele olhou para Cócalo. – Eu o verei no jantar, meu senhor. Com o prisioneiro.

– Por aqui, Vossa Majestade – disse Aelia. Ela e suas irmãs conduziram Minos para fora da câmara.

Eu os segui para dentro de uma câmara de banho decorada com azulejos em mosaico. Vapor enchia o ar. Uma torneira enchia a banheira de água quente. Aelia e suas irmãs encheram-na com pétalas de rosa e algo que deveria ser o Sr. Bolha da Grécia Antiga, pois logo a água ficou coberta de espuma multicolorida. As garotas se viraram quando Minos largou sua túnica e entrou no banho.

– Ahh. – Ele sorriu. – Um banho excelente. Obrigado, minhas queridas. A viagem foi realmente longa.

– Você tem perseguido sua presa por dez anos, meu senhor? – Aelia perguntou, batendo suas pestanas. – Você deve ser muito persistente.

– Eu nunca esqueço uma dívida. – Minos sorriu. – Seu pai foi sábio em concordar com as minhas exigências.

– Oh, certamente, meu senhor. – Aelia disse. Eu achei que ela estava pesando a mão na bajulação, mas o velho estava engolindo tudo. As irmãs de Aelia gotejaram óleo aromático em cima da cabeça do rei.

– Sabe, meu senhor – Aelia falou, – Dédalo achou que você viria. Ele achou que o enigma era uma armadilha, mas não resistiu em resolvê-lo.

Minos franziu a testa.

– Dédalo falou de mim para vocês?

– Sim, meu senhor.

– Ele é um homem mau, princesa. Minha própria filha caiu em seu feitiço. Não dê ouvidos a ele.

– Ele é um gênio – Aelia disse. – E ele acredita que uma mulher é tão inteligente quanto um homem. Ele foi o primeiro a nos ensinar como se tivéssemos mente própria. Talvez sua filha pensasse da mesma maneira.

Minos tentou se sentar, mas as irmãs de Aelia o empurraram de volta para dentro da água. Aelia foi para trás dele. Ela segurava três minúsculas orbes em sua palma. Primeiro achei que fossem contas de banho. Mas ela as lançou dentro da água e as contas espalharam linhas de bronze que começaram a se enrolar em torno do rei, atando seus tornozelos, colocando seus pulsos um de cada lado, circulando seu pescoço.

Embora eu odiasse Minos, aquilo era horrível de se ver. Ele bateu e gritou, mas as garotas eram muito mais fortes. Logo ele estava desamparado, deitado na banheira com seu queixo encostando-se na água. As linhas de bronze ainda estavam tecendo em volta dele como um casulo, apertando seu corpo.

– O que vocês querem? – Minos exigiu. – Por que fazem isso?

Aelia sorriu.

– Dédalo tem sido gentil conosco, Vossa Majestade. E eu não gosto de você ameaçando nosso pai.

– Fale para Dédalo – Minos rosnou. – Fale para ele que eu o caçarei até depois da morte! Se houver justiça no Mundo Inferior, minha alma o assombrará pela eternidade!

– Palavras valentes, Vossa Majestade – Aelia disse. – Eu lhe desejo sorte buscando sua justiça no Mundo Inferior.

E com isso, os fios de bronze se enrolaram em volta do rosto de Minos, fazendo dele uma múmia de bronze.

A porta do banho foi aberta. Dédalo entrou, carregando uma mala de viagem. Ele havia aparado seu cabelo curto. Sua barba era de um branco puro. Ele parecia frágil e triste, mas ele se abaixou e tocou a testa da múmia. Os fios se desenrolaram e assentaram no fundo da banheira. Não havia nada dentro deles. Era como se o Rei Minos simplesmente tivesse sido dissolvido.

– Uma morte indolor – Dédalo meditou. – Mais do que ele merecia. Obrigado, minhas

princesas.

Aelia o abraçou.

– Você não pode ficar aqui, professor. Quando nosso pai descobrir–

– Sim – Dédalo disse. – Receio ter colocado vocês em encrenca.

– Oh, não se preocupe conosco. Papai ficará feliz o suficiente pegando o ouro daquele velho homem. E Creta é bem longe daqui. Mas ele o culpará pela morte de Minos. Você precisa fugir para um lugar seguro.

– Um lugar seguro – o velho homem repetiu. – Durante anos eu fugi de reino em reino, procurando por um lugar seguro. Temo que Minos tenha dito a verdade. A morte não o impedirá de procurar por mim. Não há lugar abaixo do sol que poderá me abrigar, uma vez que este crime se torne público.

– Então para onde você irá? – Aelia falou.

– Um lugar que jurei nunca mais entrar – Dédalo disse. – Minha prisão será meu único santuário.

– Eu não entendo – Aelia disse.

– É melhor que você não entenda.

– Mas e o Mundo Inferior? – uma das irmãs perguntou. – Um terrível julgamento espera por você! Todo homem tem que morrer.

– Talvez – Dédalo disse. Então ele tirou um pergaminho de sua bolsa de viagem – o mesmo pergaminho que eu vira em meu último sonho, com as anotações de seu sobrinho. – Ou talvez não.

Ele deu um tapinha no ombro de Aelia, então a abençoou e a suas irmãs. Ele olhou mais uma vez para os fios acobreados refletindo no fundo da banheira.

– Ache-me se puder, rei dos fantasmas.

Ele se virou para a parede de mosaicos e tocou um azulejo. Uma marca brilhante apareceu – um Delta Grego – e a parede deslizou para o lado. As princesas ofegaram.

– Você nunca nos contou sobre passagens secretas! – Aelia disse. – Você tem estado ocupado.

– O Labirinto tem estado ocupado – Dédalo corrigiu. – Não tentem me seguir, minhas queridas, se vocês dão valor à suas sanidades.



Meu sonho mudou. Eu estava em uma câmara de pedra no subterrâneo. Luke e outro guerreiro meio-sangue estavam estudando um mapa com uma lanterna.

Luke amaldiçoou.

– Isso deveria ter sido a última volta. – Ele amassou o mapa e o lançou para trás.

– Senhor! – seu companheiro protestou.

– Mapas são inúteis aqui – Luke disse. – Não se preocupe, eu o acharei.

– Senhor, é verdade que quanto maior o grupo–

– É maior a chance de se perder? Sim, é verdade. Por que acha que só mandamos exploradores sozinhos para começar? Mas não se preocupe. Assim que tivermos o fio poderemos conduzir a vanguarda por aqui.

– Mas como conseguiremos o fio?

Luke ficou de pé, flexionando os dedos.

– Ah, Quintus virá nos ajudar. Tudo o que temos de fazer é alcançar a arena, e isso na junção. Impossível ir para qualquer lugar sem passar por lá. É por isso que precisamos ter uma trégua com o seu chefe. Nós só temos que ficar vivos até–

– Senhor! – uma nova voz veio pelo corredor. Outro garoto em armadura grega correu adiante, carregando uma tocha. – A dracaenae achou um meio-sangue!

Luke franziu as sobrancelhas.

– Sozinho? Viajando pelo labirinto?

– Sim, senhor! É melhor você vir rápido. Eles estão na câmara ao lado. Eles o encurralaram.

– Quem é ele?

– Ninguém que eu tenha visto antes, senhor.

Luke assentiu.

– Uma bênção de Cronos. Este meio-sangue pode ser de grande ajuda. Venham!

Eles correram pelo corredor abaixo, e eu acordei com um sobressalto, encarando a escuridão.

Um meio-sangue sozinho, viajando pelo labirinto. Demorei um longo tempo para pegar no sono de novo.



Na manhã seguinte me assegurei de que Sra. O'Leary tinha biscoitos caninos suficientes. Eu pedi a Beckendorf que ficasse de olho nela, e ele não pareceu muito feliz com isso. Então eu caminhei até a Colina Meio-Sangue e encontrei Annabeth e Argos na estrada.

Annabeth e eu não falamos muito na van. Argos nunca falava, provavelmente porque ele tinha olhos por todo o seu corpo, incluindo – assim eu tinha ouvido – na ponta de sua língua, e ele não gostava de mostrar aquilo.

Annabeth parecia enjoada, como se tivesse dormido ainda pior do que eu.

– Sonhos ruins? – perguntei por fim.

Ela balançou a cabeça.

– Uma mensagem de Íris de Eurítion.

– Eurítion! Tem algo de errado com Nico?

– Ele deixou o rancho na noite passada, voltando para o labirinto. Nico tinha ido embora antes dele acordar. Ortro seguiu seu rastro até a guarda de gado. Eurítion disse que ouviu Nico falando sozinho nas últimas noites. Só que agora ele acha que Nico estava falando com o fantasma de novo, Minos.

– Ele está em perigo – eu disse.

– Não me diga. Minos é um dos juízes dos mortos, mas ele é tremendamente rancoroso. Eu não sei o que ele quer com Nico, mas–

– Isso não é o que eu quis dizer – eu disse. – Eu tive um sonho esta noite... – Eu falei para ela sobre Luke, como ele havia mencionado Quintus, e como seus homens haviam achado um meio-sangue sozinho no labirinto.

Annabeth apertou a mandíbula.

– Isso é muito, muito ruim.

– Então o que faremos?

Ela ergueu uma sobrancelha.

– Bem, é uma coisa boa você ter um plano para nos guiar, hum?



Era sábado, e o tráfego estava pesado indo para a cidade. Chegamos ao apartamento de minha mãe lá pelo meio-dia. Quando atendeu a porta, ela me deu um abraço que era só um pouco menos forte do que um cão infernal pulando em cima de você.

– Eu falei para eles que você estava bem – minha mãe disse, mas ela soou como se o peso do céu tive sido tirado de seus ombros – e acredite em mim, eu sei em primeira mão como é a sensação.

Ela nos sentou à mesa da cozinha e insistiu em nos alimentar com seus especiais biscoitos azuis com pedacinhos de chocolate enquanto nós a colocávamos a par da missão. Como sempre, eu tentei amaciar as partes assustadoras (que eram quase todas), mas de alguma forma isso só fazia com que parecessem ainda mais perigosas.

Quando cheguei na parte de Geríon e dos estábulos, minha mãe fingiu que estava indo me estrangular.

– Eu não consigo fazê-lo limpar seu quarto, mas ele limpa toneladas de esterco de cavalo dos estábulos de um monstro qualquer?

Annabeth riu. Era a primeira vez que eu ouvia sua risada em um longo tempo, e aquilo foi legal de se ouvir.

– Então – minha mãe disse quando eu acabei de contar a história, – você destruiu a Ilha de Alcatraz, fez o Monte Sta. Helena explodir, e desabrigou meio milhão de pessoas, mas pelo menos você está seguro.

Esta é minha mãe, sempre olhando pelo lado bom das coisas.

– É – concordei. – É basicamente isso.

– Eu queria que Paul estivesse aqui – ela disse, um pouco para si mesma. – Ele queria falar com você.

– Ah, certo. A escola.

Tanta coisa havia acontecido que eu quase esquecera sobre a orientação de ensino médio na Goode – o fato de que eu tinha deixado a sala da banda em chamas, e que o namorado de minha mãe me vira pela última vez pulando uma janela como um fugitivo.

– O que você disse a ele? – perguntei.

Minha mãe balançou a cabeça.

– O que eu poderia dizer? Ele sabe que há algo diferente com você, Percy. Ele é um homem esperto. Ele acredita que você não é uma pessoa ruim. Ele não sabe o que está acontecendo, mas a escola está pressionando. Afinal, ele te admitiu lá. Ele precisa convencê-los de que o fogo não foi sua culpa. E como você fugiu, as coisas parecem ruins.

Annabeth estava me estudando. Ela parecia bem compreensiva. Eu sabia que ela estivera em situações semelhantes. Nunca é fácil para um meio-sangue no mundo mortal.

– Eu vou falar com ele – prometi. – Depois que acabarmos a missão. Eu até contarei a ele a verdade se você quiser.

Minha mãe pôs a mão em meu ombro.

– Você faria isso?

– Bem, sim. Quer dizer, ele vai pensar que somos malucos.

– Ele já pensa isso.

– Então não há nada a perder.

– Obrigada, Percy. Eu falarei pra ele que você estará em casa... – Ela franziu as sobrancelhas. – Quando? O que vai acontecer agora?

Annabeth quebrou seu biscoito ao meio.

– Percy tem esse plano.

Relutantemente contei a minha mãe.

Ela assentiu devagar.

– Isso parece muito perigoso. Mas pode funcionar.

– Você tem as mesmas habilidades, não tem? – perguntei. – Você pode ver através da Névoa.

Minha mãe suspirou.

– Não tanto agora. Quando eu era mais nova era fácil. Mas sim, eu sempre fui capaz de ver mais do que era bom pra mim. Essa foi uma das coisas que despertou a atenção do seu pai, quando nos encontramos pela primeira vez. Só tomem cuidado. Prometam que ficarão a salvo.

– Nós tentaremos, Sra. Jackson – Annabeth disse. – Mas manter seu filho seguro é uma grande responsabilidade.

Ela cruzou seus braços e olhou para fora da janela da cozinha. Eu peguei meu guardanapo e tentei não dizer nada.

Minha mãe franziu a testa.

– O que está acontecendo com vocês dois? Vocês estiveram brigando?

Nenhum de nós falou nada.

– Compreendo – minha mãe disse, e imaginei se ela poderia ver mais do que apenas através da Névoa. Parecia que ela entendia o que estava acontecendo entre mim e Annabeth, mas eu tinha certeza que não entendia.

– Bem, lembrem-se – disse, – Grover e Tyson estão contando com vocês dois.

– Eu sei – Annabeth e eu dissemos ao mesmo tempo, o que me deixou ainda mais envergonhado.

Minha mãe sorriu.

– Percy, o telefone funcionará melhor no corredor. Boa sorte.

Eu fiquei aliviado em sair da cozinha, embora estivesse nervoso sobre o que eu estava prestes a fazer. Fui ao telefone para fazer a chamada. O número tinha desaparecido de minha mão há muito tempo atrás, mas sem problema. Sem querer, eu tinha decorado.



Nós marcamos um encontro na Times Square. Nós achamos Rachel Elizabeth Dare na frente da Marquise Marriott, e ela estava completamente pintada de ouro.

Quero dizer, seu rosto, seu cabelo, suas roupas – tudo. Ela parecia que fora tocada pelo Rei Midas. Ela estava parada como uma estátua junto com outros cinco garotos pintados em tons metálicos – cobre, bronze, prata. Eles estavam congelados em diferentes poses enquanto os turistas passavam apressados ou paravam para olhá-las. Alguns transeuntes jogavam dinheiro no tablado que estava na calçada.

O letreiro aos pés de Rachel dizia: ARTE URBANA PARA CRIANÇAS, DOAÇÕES

SÃO APRECIADAS.

Annabeth e eu ficamos em pé ali pelo que pareceram cinco minutos, olhando para Rachel, mas se ela nos notou, não demonstrou. Ela não se mexia ou mesmo piscava pelo que eu podia ver. Por causa do TDAH e tudo o mais, eu não conseguiria fazer aquilo.

Ficar imóvel por tanto tempo me deixaria louco. Era estranho ver Rachel em ouro também. Ela parecia a estátua de alguém famoso, uma atriz ou algo assim. Só seus olhos estavam no costumeiro verde.

– Talvez se nós a empurrarmos... – Annabeth sugeriu.

Eu achei que isso era um pouco maldoso, mas Rachel não respondeu. Depois de alguns minutos, um garoto em prata caminhou do estande de táxi do hotel, onde estivera dando um tempo. Ele parou em uma pose como se estivesse palestrando para a multidão, bem ao lado de Rachel. Rachel descongelou e saiu do tablado.

– Oi, Percy. – Ela sorriu. – Bem na hora! Vamos tomar um café.

Nós andamos até um lugar chamado Java Moose na West 43rd. Rachel pediu um Expresso Extreme, o tipo de coisa que Grover gostaria. Annabeth e eu pegamos smoothies de frutas e sentamos em uma mesa bem embaixo do alce estufado. Ninguém sequer olhou duas vezes para Rachel em seu vestido dourado.

– Então – ela disse, – é Annabell, certo?

– Annabeth – Annabeth corrigiu. – Você sempre se veste de dourado?

– Nem sempre – Rachel disse. – Nós estamos arrecadando dinheiro para o nosso grupo. Somos voluntários de projetos de arte para crianças do primário, pois eles estão cortando as artes das escolas, você sabia? Nós fazemos isso uma vez por mês, ganhando mais ou menos quinhentos dólares em uma semana boa. Mas eu acho que vocês não querem falar sobre isso. Você é meio-sangue, também?

– Shhh! – Annabeth disse olhando em volta. – Que tal anunciar isso para o mundo?

– Ok. – Rachel levantou e disse realmente alto, – Ei, todo mundo! Estes dois não são humanos! Eles são meio deuses Gregos!

Ninguém sequer olhou em volta. Rachel deu de ombros e sentou.

– Eles não parecem se preocupar.

– Isso não é engraçado – Annabeth disse. – Isso não é uma piada, garota mortal.

– Ei, vocês duas – falei. – Só fiquem calmas.

– Eu estou calma – Rachel insistiu. – Toda vez que estou perto de você, algum monstro nos ataca. Porque eu ficaria nervosa?

– Olhe – falei. – Eu realmente sinto muito sobre a sala de música. Eu espero que eles não tenham te expulsado ou algo parecido.

– Nah. Eles me perguntaram um monte de coisas sobre você. Eu me fiz de boba.

– Foi difícil? – Annabeth questionou.

– Ok, parem! – eu intervim. – Rachel, nós temos um problema. E precisamos da sua ajuda.

Rachel estreitou seus olhos para Annabeth.

– Você precisa da minha ajuda?

Annabeth mexeu o canudo de seu smoothie.

– Sim – ela disse de repente. – Talvez.

Eu falei para Rachel sobre o Labirinto, e como precisávamos encontrar Dédalo. Eu contei a ela o que tinha acontecido nas últimas vezes que havíamos estado lá.

– Então vocês querem que eu guie vocês – ela disse. – Por um lugar onde eu nunca estive.

– Você pode ver através da Névoa – eu disse. – Como Ariadne. Estou apostando que consegue ver o caminho certo. O Labirinto não conseguirá enganar você tão fácil.

– E se você estiver errado?

– Então vamos nos perder. De qualquer jeito, será perigoso. Muito, muito perigoso.

– Eu posso morrer?

– Sim.

– Achei que monstros não se importavam com mortais. Aquela sua espada–

– É – eu disse. – Bronze celestial não machuca mortais. Muitos monstros vão ignorá-la. Mas Luke... ele não se importa. Ele usará mortais, semideuses, monstros, qualquer coisa. E matará qualquer um que ficar no seu caminho.

– Cara legal – Rachel disse.

– Ele está sob a influência de um Titã – Annabeth disse defensivamente. – Ele tem sido enganado.

Rachel olhou de um para outro.

– Ok – ela disse. – Estou dentro.

Eu pisquei. Não havia imaginado que seria tão fácil.

– Você tem certeza?

– Ei, meu verão tem sido chato. Essa é a melhor oferta que recebi até agora. Então o que eu devo procurar?

– Nós temos que achar uma entrada para o Labirinto – Annabeth disse. – Há uma entrada no Acampamento Meio-Sangue, mas você não pode ir lá. É além dos limites para os mortais.

Ela disse mortais como se fosse uma terrível condição, mas Rachel simplesmente assentiu.

– Ok. Com o que uma entrada do Labirinto se parece?

– Pode ser qualquer coisa – Annabeth disse. – Um pedaço de parede. Um pedregulho. Uma porta. Um bueiro. Mas teria a marca de Dédalo nele. Um Delta Grego, brilhando em azul.

– Como isto? – Rachel desenhou o símbolo do Delta com água na nossa mesa.

– É isto – Annabeth disse. – Você sabe Grego?

– Não – Rachel disse. Ela tirou uma grande escova de cabelo de plástico azul de seu bolso e começou a escovar o dourado de seu cabelo. – Me deixe trocar de roupa. É melhor virem comigo até o Marriott.

– Por quê? – Annabeth disse.

– Porque há uma entrada no porão do hotel, onde guardamos nossas fantasias. Ela tem a marca de Dédalo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário