sábado, 31 de agosto de 2013

O ultimo olimpiano - capitulo 11




                                        Derrubamos uma ponte

Felizmente, Blackjack estava de serviço.

Dei o meu melhor assovio de chamar táxi, e passados alguns minutos duas formas circulavam pelo céu. Elas se pareciam com falcões à primeira vista, mas a medida que iam descendo eu pude ver as pernas de pégasos galopando.

Opa, chefe. Blackjack aterrissou a trote, seu amigo Porkpie logo atrás dele. Cara, pensava que esses ventos dos deuses iam nos levar a Pensilvânia até que eu disse que estava com você!

– Obrigado por virem – agradeci. – Ei, por falar nisso, por que os pégasos galopam enquanto voam?

Blackjack relinchou.

Por que os humanos balançam os braços enquanto caminham? Sei lá, chefe. Fazemos isso naturalmente. Para onde vamos?

– Temos que ir para a Ponte Williamsburg – falei.

Blackjack abaixou seu pescoço.

Você está certíssimo, chefe. Nós voamos por ela no caminho até aqui e a situação não parecia nada boa. Vamos nessa!



No caminho para a ponte, um nó se formou na boca do meu estômago. O Minotauro foi um dos primeiros monstros que eu havia derrotado. Quatro anos atrás ele quase matou minha mãe na Colina Meio-Sangue. Eu ainda tinha pesadelos com isso. Eu estava esperando que ele ficasse morto por alguns séculos, mas como eu deveria saber, minha sorte não iria manter.

Vimos a batalha antes de estar perto o suficiente para identificar os lutadores. Era mais de meia noite agora, mas a claridade da ponte era intensa. Carros queimando. Arcos de fogo se desenhavam em ambas as direções à medida que espadas e flechas chamejantes cruzavam o ar.

Nós nos aproximamos voando baixo, e eu vi os campistas de Apolo se retirando. Eles se escondiam atrás de carros e atiravam no exército que se aproximava. Mandando flechas explosivas e fogo grego na estrada, construindo barricadas de fogo o tanto quanto podiam, retirando motoristas dormindo de dentro dos seus carros para afastá-los do caminho da dor. Mas o inimigo continuava avançando. Toda uma linha de batalha de dracaenae marchava à frente, seus escudos alinhados com lanças saindo do topo. Uma flecha ocasional acertava um de seus corpos de cobra, ou seu pescoço, ou um pedaço da sua amadura, e a azarada mulher cobra se desintegrava, mas a maioria das flechas de Apolo acertava os de escudos. Centenas de monstros marchavam na sua direção.

De vez em quando, cães infernais saltavam para a linha de frente. A maioria era destruída por flechas, mas um pegou um campista de Apolo e o levou embora. Eu não pude ver o que aconteceu com ele depois. Eu não queria saber.

– Lá! – Annabeth chamou do seu pégaso.

Com certeza, no meio da legião invasora estava o velho Chifrudo.

A última vez que eu vi o Minotauro, ele estava vestindo nada mais que suas cuecas apertadas. Eu não sabia por quê. Talvez tivesse sido levantado da sua cama para me perseguir. Dessa vez ele estava preparado para a batalha.

Da cintura para baixo, ele usava um equipamento grego de batalha padrão – um avental de couro e retalhos de metal, e torresmos de bronze cobrindo as suas pernas, sandálias acondicionadas de couro. A parte de cima era de touro – cabelo e couro e músculo, que levavam a uma cabeça tão grande que deveria ter caído apenas com o peso dos chifres. Ele parecia maior desde a última vez que eu o vi – três metros a mais, pelo menos. Um machado de lâmina dupla estava agarrado em suas costas, ele estava impaciente para usá-lo. Por um instante pensei que havia me visto circundando a sua cabeça (ou me cheirado, seria mais apropriado, a sua visão era ruim), ele gritou e pegou uma limusine branca.

– Blackjack mergulhe! – Eu gritei.

O quê? O pégaso perguntou. Não tem como ele... Santa comida de cavalo!

Estávamos a pelo menos trinta metros do chão, mas a limusine veio ao nosso encontro, girando no ar como um bumerangue de duas toneladas, Annabeth e Porkpie desviaram loucamente à esquerda, enquanto Blackjack dobrou suas asas e mergulhou. A limusine passou uns cinco centímetros acima da minha cabeça. Ela passou pelos cabos de suspensão da ponte e caiu no Rio East.

Monstros vaiavam e gritavam, o Minotauro pegou um outro carro.

– Deixe-nos atrás das linhas de Apolo – eu disse a Blackjack. – Mantenha-se atento e saia do perigo.

Eu não vou discutir, chefe!

Blackjack pousou atrás de um ônibus caído, onde vários campistas estavam se escondendo. Annabeth e eu descemos pouco depois que os pégasos tocaram o chão. Então Blackjack e Porkpie sumiram no céu da noite.

Michael Yew correu até nós. Ele era definitivamente o menor comandante que eu já havia visto. Ele tinha uma ferida no seu braço. Sua cara de fuinha estava manchada e com fuligem, sua aljava estava quase vazia, mas sorria como se estivéssemos passando um grande momento.

– Ainda bem que se juntaram a nós – ele disse. – Onde estão os outros reforços?

– Por enquanto somos nós – eu disse.

– Então estamos mortos – ele disse.

– Você ainda tem sua biga voadora? – Perguntou Annabeth.

– Não – Michael respondeu. – Ficou no acampamento. Eu disse a Clarisse que ela poderia ficar com ela. De qualquer jeito, você sabe? Não vale mais a pena lutar, mas ela disse que era tarde demais. Nós insultamos a sua honra pela última vez ou alguma coisa estúpida dessas.

– Pelo menos você tentou – eu disse.

Michael deu de ombros.

– Yeah, bem, eu a chamei de alguns nomes quando ela disse que não ia lutar. Duvido que tenha ajudado. Lá vêm os feios!

Ele pegou uma flecha e a atirou no inimigo. A flecha deu um grito no voo. Quando aterrissou, fez uma explosão como um acorde em uma guitarra ampliada pelos maiores amplificadores do mundo. O carro mais próximo explodiu. Monstros deixaram suas armas caírem e levaram suas mãos aos seus ouvidos pela dor. Outros correram. Outros se desintegraram no ato.

– Essa foi minha última flecha sônica – disse Michael.

– Presente do seu pai? – Perguntei. – O deus da música?

Michael sorriu perverso.

– Música alta pode ser prejudicial. Infelizmente, nem sempre mata.

Com certeza mais monstros se reagruparam, balançando confusos.

– Temos que recuar – disse Michael. – Tenho Kayla e Austin colocando mais armadilhas embaixo da ponte.

– Não – eu disse. – Coloque seus campistas em suas posições e espere meu sinal. Vamos mandar os inimigos de volta pro Brooklyn.

Michael riu.

– Como planeja fazer isso?

Eu tirei minha espada.

– Percy – Annabeth falou. – Deixe-me ir com você.

– Muito perigoso – eu disse. – Além do mais eu preciso de você com o Michael para organizar as linhas de defesa. Eu distraio os monstros. Você reagrupa aqui. Mova os mortais sonolentos fora do caminho. Você pode ir eliminando os monstros enquanto estão focados em mim. Se alguém é capaz de fazer isso, é você.

Michael bufou.

– Muito obrigado.

Mantive meus olhos em Annabeth.

Ela concordou relutante.

– Tudo bem. Vá em frente.

Antes que pudesse perder minha coragem, eu disse:

– Eu não ganho um beijo de boa sorte? É um tipo de tradição, certo?

Eu imaginei ela me dando um soco. Ao invés disso ela puxou a sua faca e olhou para o exército vindo em nossa direção.

– Volte com vida, Cabeça de Alga, então veremos.

Imaginei que seria a minha melhor opção, então saí de trás do ônibus escolar. Caminhava pela ponte com a visão plana, em linha reta em direção ao inimigo.



Quando o Minotauro me viu, seus olhos arderam em ódio. Ele berrou – o som era algo parecido com um grito, um muuu, e um realmente alto arroto.

– Hey, Valentão – gritei de volta. – Eu já não tinha te matado?

Ele bateu com o punho no teto de um Lexus, e o amassou como uma folha de alumínio.

Algumas dracaenae atiraram dardos ardentes. Bati-as para um lado. Um cão infernal me atacou, e eu dei um passo para o lado. Eu poderia tê-lo atravessado com a espada, mas hesitei.

Essa não é Sra. O’Leary, Lembrei a mim mesmo. Esse é um monstro selvagem. Ele vai matar a mim e a todos os meus amigos.

Ele atacou de novo, desta vez eu trouxe Contracorrente em um arco mortal. O cão infernal desintegrou em poeira e pele.

Mais monstros vieram depois – cobras e gigantes e telquines – mas o Minotauro rugiu para eles, então recuaram.

– Um contra um? – Eu chamei. – Como nos velhos tempos?

As suas narinas tremeram. Ele precisava seriamente de um pacote de lencinhos de papel no bolso de sua armadura, pois seu nariz estava vermelho, molhado e bem nojento. Ele tirou seu machado e o girou.

Era uma arma bonita, do tipo eu-vou-te-destripar-como-um-peixe, ou algo do tipo. Cada uma das suas lâminas gêmeas foi moldada com um ômega Ω – a última letra do alfabeto grego. Talvez porque a lâmina fosse a última coisa que as suas vitimas viam em suas vidas. O cabo era quase do mesmo tamanho do Minotauro, bronze revestido com couro. Amarrados embaixo de cada lâmina havia muitos colares. Percebi que eram do acampamento Meio-Sangue, tirados de semideuses derrotados.

Eu estava tão louco, eu imaginei meus olhos brilhando iguais aos do Minotauro. Eu levantei minha espada. O exército de monstros deu vivas para o Minotauro, mas o som morreu assim que eu desviei seu golpe e cortei seu machado ao meio, bem no meio do cabo.

– Mu? – grunhiu ele.

– AAAH! – Eu me virei e o chutei no focinho. Ele cambaleou para trás, tentando recuperar o equilíbrio, depois abaixou a cabeça para vir à carga.

Ele nunca teve chance. Minha espada moveu-se como um raio – cortou um chifre, depois o outro. Ele tentou me agarrar. Eu rolei para o lado, pegando metade do seu machado quebrado. Os outros monstros recuaram em um silêncio petrificado, fazendo um circulo ao nosso redor. O Minotauro gritou de raiva. Ele nunca foi muito esperto desde o início, mas a sua raiva o fez imprudente. Quando ele atacou, eu corri para a borda da ponte, na ruptura de uma linha de dracaenae.

O Minotauro sentiu o cheiro da vitória. Ele achava que eu estava tentando fugir. Suas legiões vibravam. Na beira da ponte, eu me virei e apoiei o machado contra na amurada para receber seu ataque. O Minotauro nem sequer diminuiu a velocidade.

CRUNCH!

Ele olhou para baixo surpreso para ver o cabo do seu machado saindo da sua armadura.

– Valeu a tentativa – disse a ele.

Levantei-o pelos seus pés e o atirei para um lado da ponte. Enquanto ele caía, se desintegrava tornando-se areia, sua essência voltando para o Tártaro.

Virei-me contra o seu exército. Agora eram uns cento e noventa e nove contra um. Eu fiz a coisa natural. Fui contra eles.



Você está querendo me perguntar como essa coisa de “invencível” funciona: eu magicamente desviei de todas as armas, ou se elas me batiam não acabavam me ferindo. Honestamente, eu não me lembro. Tudo que eu sei era que eu não ia deixar aqueles monstros invadirem a minha cidade.

Eu cortava as armaduras como se fossem de papel. Mulheres serpente explodiram. Cães infernais derreteram nas sombras. Eu golpeava, apunhalava e girava... e devo ter gargalhado uma ou duas vezes – um riso louco que assustou tanto a mim quanto a meus inimigos. Eu estava ciente dos campistas de Apolo atrás de mim atirando flechas perturbando a cada tentativa do inimigo de se recuperar. Finalmente os monstros viraram e fugiram – cerca de vinte ficaram vivos de duzentos.

Eu segui com os campistas de Apolo sobre meus calcanhares.

– Sim! – Gritou Michael Yew. – Era disso que eu estava falando.

Nós nos dirigimos de volta pelo lado Brooklyn da ponte. O céu estava ficando pálido a leste. Eu podia ver a estação de transporte à minha frente.

– Percy! – Gritou Annabeth. – Você já os fez debandar. Volte! Nós já viemos longe demais!

Uma parte de mim sabia que ela estava certa, mas eu estava indo tão bem, queria destruir até o último monstro.

Depois eu vi a multidão na base da ponte. Os monstros recuando em direção aos reforços. Era um grupo pequeno, uns trinta ou quarenta semideuses em armadura de batalha, montado em cavalos esqueléticos. Um deles tinha uma faixa roxa sobre o desenho de uma foice em preto.

O cavaleiro que liderava trotou à frente. Ele tirou o seu elmo, e eu reconheci Cronos em pessoa, seus olhos como ouro derretido.

Annabeth e os campistas de Apolo vacilaram. Os monstros haviam alcançado a linha do Titã e foram absorvidos pela nova força. Cronos olhou em nossa direção. Ele estava a uns quatrocentos metros de distância, mas eu juro que vi seu sorriso.

– Agora – eu disse. – Nós recuamos.

Os homens do Lorde Titã ergueram suas espadas e avançaram. Os cascos dos seus cavalos esqueléticos batendo contra o pavimento. Os nossos arqueiros dispararam uma saraivada, trazendo baixas ao inimigo, mas eles continuavam avançando.

– Recuem! – Eu disse aos meus amigos. – Eu seguro eles.

Em questão de segundos eles estavam ao meu lado.

Michael e seus arqueiros tentaram recuar, mas Annabeth continuava bem do meu lado, lutando com sua faca e seu escudo espelhado, lentamente voltamos ao topo da ponte.

Cronos e sua cavalaria giravam ao nosso redor, cortando e gritando insultos. O próprio Titã avançava vagarosamente, como se tivesse todo o tempo do mundo.

Sendo o senhor do tempo, acho que ele podia. Tentei ferir seus homens, mas não matá-los, isso me retrasou. Mas estes não eram monstros, eram semideuses que caíram na magia de Cronos. Eu não podia ver seus rostos embaixo dos seus elmos de batalha, mas provavelmente eram alguns dos meus amigos. Eu cortei as pernas de seus cavalos esqueléticos, e fiz suas montarias esqueléticas desintegrarem. Depois dos primeiros semideuses darem o seu melhor desceram e me enfrentaram em pé.

Annabeth e eu estávamos ombro a ombro, em direções opostas. Uma imagem sombria passou por mim, e ousou avançar. Blackjack e Porkpie estavam escoiceando os nossos inimigos nos seus elmos como pombos camicases gigantes.

Nós fizemos isso até a metade da ponte, até que algo estranho aconteceu. Eu senti um calafrio pela minha espinha, como se alguém velho avisasse sobre alguém caminhando pelo seu túmulo. Atrás de mim, Annabeth chorava de dor.

– Annabeth. – Eu me virei a tempo de vê-la cair, segurando seu braço.

Um semideus estava parado com uma faca ensanguentada sobre ela.

Em um flash eu entendi o que estava acontecendo. Ele havia tentado me acertar pelas costas. Julgando pela posição da sua lâmina ele teria me acertado – talvez por pura sorte – na base da minha coluna, o meu único ponto fraco.

Annabeth havia interceptado a faca com seu próprio corpo.

Mas por quê? Ela não sabia do meu ponto fraco. Ninguém sabia.

Eu fixei meu olhar no semideus inimigo. Ele usava um tapa-olho sob o seu elmo: Ethan Nakamura, o filho de Nêmesis. De alguma forma ele havia sobrevivido à explosão do Princesa Andrômeda. Eu bati tão forte no rosto dele com a minha espada que denteei o seu elmo.

– Para trás. – Eu cortei o ar com um amplo arco, mandando os outros semideuses para longe de Annabeth. – Ninguém toca nela!

– Interessante – Cronos disse.

Ele avançou sobre mim no seu cavalo esquelético, sua foice em uma mão. Ele estudou a cena minuciosamente como se pudesse sentir que eu estava perto da morte, como um lobo que fareja o medo.

– Lutou bravamente Percy Jackson, mas é hora de se render... ou a menina morre.

– Percy, não – Annabeth gemeu.

Sua camisa estava encharcada com sangue. Eu tinha que tirá-la daqui.

– Blackjack! – Eu gritei.

Tão rápido como a luz ele mergulhou e apertou seus dentes nas tiras da armadura de Annabeth. Eles subiram e se afastaram do rio tão rápido que o inimigo nem pôde reagir.

Cronos resmungou:

– Eu ainda vou fazer sopa de pégaso. Mas nesse meio tempo...

Ele desmontou, a sua foice brilhando na luz do amanhecer.

– Eu me contento para que outro semideus seja morto.

Recebi o seu primeiro impacto com Contracorrente, o impacto abalou a ponte, mas não me afetou. O seu sorriso oscilou.

Com um grito, chutei as suas pernas bem embaixo dele. Sua foice deslizou sobre o pavimento. Eu cortei para baixo, mas ele se recuperou e sua foice voltou para suas mãos.

– Então... – Ele me estudou, olhando levemente irritado. – Você teve a coragem de visitar o Estige. Eu tive que pressionar Luke de várias maneiras para convencê-lo. Se ao menos tivesse sido você a fornecer meu corpo hospedeiro, em vez de... Mas não importa. Eu sou ainda mais poderoso. Eu sou um TITÃ.

Ele golpeou a ponte com a base da sua foice, e uma onda de puro vigor me jogou para trás. Carros foram carregados. Mesmo os homens de Luke foram jogados para longe ao longo da borda da ponte. Cordas de suspensão chicoteavam em volta, e eu escorreguei meio caminho de volta para Manhattan.

Eu tinha uma base para meus pés. O restante dos campistas de Apolo tinha voltado para o começo da ponte, com exceção de Michael Yew, que estava agarrado a um dos fios de suspensão a alguns metros de mim. Colocou sua última flecha em seu arco.

– Michael, vá! – Eu gritei.

– Percy, a ponte! – Ele respondeu. – Já está fraca!

Eu não entendi de primeira, então eu olhei para baixo e vi fissuras no pavimento. Pedaços da estrada estavam meio derretidos pelo fogo grego. A ponte tinha tomado uma surra de Cronos e de flechas explosivas.

– Derrube-a! – Michael gritou. – Use o seu poder!

Era uma ideia desesperada – de maneira alguma aquilo ia funcionar – mas eu cortei a ponte com Contracorrente. A lâmina mágica afundou até o cabo no asfalto. Água salgada jorrava da fissura, como se eu tivesse atingido um gêiser. Puxei a minha espada da fissura. A ponte tremeu e começou a desintegrar. Pedaços do tamanho de casas caiam no Rio East. Os semideuses de Cronos gritaram em alarme e correram de volta. Alguns batiam em seus próprios pés. Poucos segundos depois, havia um abismo de uns quinze metros aberto na Ponde de Williamsburg entre Cronos e eu.

As vibrações cessaram. Os homens de Cronos correram de volta e olharam os cento e trinta pés de queda até o rio.

No entanto, eu não me sentia seguro. Os cabos de suspensão ainda estavam em chamas. Os homens que poderiam atravessar teriam que ter muita coragem. Ou talvez Cronos tivesse uma magia para concertar a lacuna.

O Lorde Titã estudou o problema. Olhou para trás ao sol nascente. Então sorriu do outro lado do abismo. Ele ergueu a sua foice e fez uma saudação de escárnio.

– Até esta noite Jackson.

Ele montou no seu cavalo, fez meia volta e retornou ao Brooklyn a galope, seguido por seus guerreiros

Virei-me para agradecer a Michael Yew, mas as palavras sumiram em minha garganta. Seis metros atrás, havia um arco caído no chão. Seu dono não estava à vista.

– Não!

Eu vasculhei os destroços do meu lado da ponte. Olhei para baixo da ponte. Nada. Eu gritei de raiva e frustração. O som reverberou na quietude da manhã. Eu estava prestes a assoviar para vasculhar com Blackjack, quando o telefone da minha mãe tocou. A tela de LCD anunciou que eu tinha uma chamada de Finklestein & Associados – provavelmente um semideus ligando de um telefone emprestado.

Eu atendi esperando por boas noticias. Com certeza eu estava errado.

– Percy! – Silena Beauregard soou como se estivesse chorando. – Hotel Plaza. É melhor você vir rápido e trazer um curandeiro do chalé de Apolo. É... é Annabeth.

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