quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A esperança - capitulo 20








É como se em um instante, uma janela pintada com uma linda pasisagem se estilhaçasse, revelando o feio mundo atrás dela. A risada muda para grito, sangue borra as pedras em tom pastel, fumaça real escurece a substância do efeito especial para a televisão.Uma segunda explosão parece trincar o ar e deixar minhas orelhas ressonando. Mas eu não posso distinguir de onde veio.Eu alcanço Boggs primeiro, tentando dar sentido à cena, faltando membros, para achar alguma coisa do tronco do escoamento vermelho de seu corpo. Homes me empurra para o lado, puxando um kit de primeiros socorros. Boggs agarra meu pulso. Sua face, cinzenta com agonia e cinzas, parece estar recuando. Mas suas próximas palavras são uma ordem.— O Holo.O Holo. Eu me arrasto em volta, cavando através dos nacos de telha lisos com sangue, estremecendo quando encontro pedaços de carne quente. Acho o objeto socado dentro de um poço com uma das botas de Boggs. Recupero-o, esfregando com as mãos descobertas enquanto eu o retorno para meu comandante.Homes tem o coto da coxa esquerda de Boggs envolto por alguma espécie de bandagem de compressão, mas já está molhada completamente. Ele está tentando fazer um torniquete na outra acima de onde existia o joelho. O resto da esquadra está reunida em uma formação protetora em volta da equipe e de nós.Finnick está tentando despertar Messalla, que foi arremessada para uma parede pela explosão. Jackson está vociferando em um comunicador de campo, tentando em vão alertar o campo para enviar médicos, mas eu sei que é tarde demais. Como uma criança, assistindo minha mãe trabalhar, aprendi que uma vez que uma poça de sangue atingiu um certo tamanho, não há volta.Eu ajoelho junto a Boggs, preparada para repetir o papel que representei com Rue, com a usuária de morfina do 6, dando a eles alguém para se agarrar enquanto estão se libertando da vida. Mas Boggs tem ambas suas mãos trabalhando no Holo. Ele está digitando um comando, pressionando seu polegar na tela para reconhecer a impressão digital, falando uma fileira de letras e números em resposta para se lembrar. Um raio de luz verde irrompe para fora do Holo e ilumina seu rosto. Ele diz:— Impróprio para comandar. Transferido para segurança primária de liberação para Esquadra Quatro-Cinco-Um Soldado Katniss Everdeen. — Isso é tudo que ele pode fazer antes de virar o Holo em direção a mim. — Diga seu nome.— Katniss Everdeen — falo dentro do raio de luz verde.De repente, o Holo me tem presa nessa luz. Eu não posso me mover ou mesmo piscar quando imagens tremulam rapidamente diante de mim. Me escaneando? Me registrando? Me cegando? Desaparece e eu balanço minha cabeça para limpá-la.— O que você fez?— Preparar para retirada! — Jackson grita.Finnick está clamando alguma coisa de volta, gesticulando para o final da quadra. Algo brilhante e gorduroso jorra como uma fonte da rua, elevando-se entre os edifícios, criando uma parede impenetrável de escuridão. Não parece ser líquido nem gás, nem mecânico nem natural. Sem dúvida é letal. Não há como voltar por onde viemos.Os tiros são ensurdecedores enquanto Gale e Leeg 1 começam a detonar um caminho através das pedras em direção ao longínquo final da quadra. Eu não sei o que eles estão fazendo até outra bomba, dez metros distante, detonar, abrindo um buraco na rua. Então percebo que é uma tentativa rudimentar de caçar minas.Homes e eu nos agarramos à Boggs e começamos a arrastá-lo atrás de Gale. Agonia toma posse e ele está gritando com dor e eu preciso parar, para achar um melhor modo, mas o negrume está se levantando acima dos edifícios, expandindo, rolando até nós como uma onda.Eu sou empurrada para trás, perdendo meu aperto sobre Boggs, batendo nas pedras. Peeta olha para baixo para mim, perdido, louco, lampejando de volta dentro da terra de sequestrado, sua arma levantada sobre mim, descendo para cruzar minha cabeça. Eu rolo, ouvindo a coronha bater na rua, pegando a confusão de corpos fora do ângulo dos meus olhos quando Mitchell ataca Peeta e o joga para o chão. Mas Peeta, sempre tão forte e agora estimulado pela insanidade de teleguiada, coloca seu pé sobre a barriga de Mitchell e o lança longe.Há um alto estalo de uma armadilha quando o pod engatilha. Quatro cabos, atados a trilhas nos edifícios, quebram através das pedras, arrastando para cima a rede que envolve Mitchell. Isso não faz sentido – como ele está sangrando instantaneamente – até nós vermos as farpas cravando do arame que o reveste. Eu reconheço imediatamente. Aquilo decorava o topo da cerca em volta do 12. Quando eu falo para ele não se mover, me silencio com o cheiro do negrume, grosso, como piche. A onda está encrespada e começa a cair.Gale e Leeg 1 atiram através da porta da frente fechada de um edifício de esquina, então começam a detonar os cabos segurando a rede de Mitchell. Outros estão restringindo Peeta agora. Pulo de volta para Boggs, e Homes e eu o arrastamos para dentro do apartamento, através de uma sala de estar rosa e branca de alguém, por um corredor atapetado de fotos de família, para o assoalho de mármore de uma cozinha, onde nós desmoronamos.Castor e Pollux conduzem um Peeta se contorcendo entre eles. De algum modo, Jackson conseguiu esbofeteá-lo, mas isso somente o fez desorientado e eles estão forçando para prendê-lo em uma despensa.Na sala de estar, a porta da frente bate, pessoas gritam. Então passos ressoam no saguão quando a onda negra ribomba passando o edifício. Da cozinha, podemos ouvir janelas gemendo, despedaçando. O cheiro do nocivo piche satura o ar. Finnick arrasta Messalla. Legg 1 e Cressida cambaleiam para dentro da sala depois deles, tossindo.— Gale! — grito.Ele está lá, empurrando a porta da cozinha fechada atrás dele, sufocando para fora uma palavra.— Vapores!Castor e Pollux agarram toalhas e aventais para socar nas fendas enquanto Gale vomita em uma pia amarela brilhante.— Mitchell? — pergunta Homes.Leeg 1 somente sacode sua cabeça.Boggs força o Holo em minhas mãos. Seus lábios estão movendo, mas eu não posso compreender o que ele está falando. Eu inclino meu ouvido para sua boca para pegar seu áspero murmúrio.— Não confie neles. Não volte. Mate Peeta. Faça o que veio fazer.Eu me retraio, então posso ver seu rosto.— O quê? Boggs? Boggs?Seus olhos estão abertos, mas mortos. Pressionado em minha mão, grudado por seu sangue, está o Holo.Peeta está chutando dentro da despensa, interrompendo a atormentada respiração dos outros. Mas mesmo enquanto nós ouvimos, sua energia parece diminuir. Os chutes diminuem para um irregular tamborilar. Então nada. Eu me pergunto se ele, também, está morto.— Ele se foi? — Finnick pergunta, olhando para Boggs.Eu aceno.— Nós precisamos escapar daqui. Agora. Precisamos atravessar uma rua cheia de pods. Você pode apostar que eles têm nos apanhado com gravações de vigilância.— Conte com isso — diz Castor. — Todas as ruas estão cobertas com câmeras de vigilância. Aposto que eles deslocaram a onda negra manualmente quando nos viram gravando o Propo.— E os rádios comunicadores parando de funcionar quase imediatamente. Provavelmente algum dispositivo de pulsos eletromagnéticos. Mas eu conseguirei nos levar de volta para o campo. Me dê o Holo.Jackson estende-se para a unidade, mas o aperto em meu peito.— Não. Boggs deu para mim — eu digo.— Não seja ridícula — ela repreende.É claro, ela pensa que é dela. Ela é a segunda em comando.— Isso é verdade — diz Holmes — Ele transferiu a segurança primária de liberação para ela enquanto estava morrendo. Eu vi.— Por que ele fez isso? — Jackson reclama.Por que realmente? Minha cabeça está vacilando pelos horríveis eventos dos últimos poucos minutos – Boggs mutilado, morrendo, morto, a raiva homicida de Peeta, Mitchell sangrando e enredado e tragado por aquela traiçoeira onda negra. Eu viro para Boggs, necessitando muito urgentemente dele vivo. Repentinamente sem dúvidas que ele, e talvez só ele, está completamente do meu lado. Eu penso em suas últimas ordens...“Não acredite neles. Não volte. Mate Peeta. Faça o que veio fazer.”O que ele quis dizer? Não acredite em quem? Os rebeldes? Coin? As pessoas olhando para mim diretamente agora? Eu não voltaria, mas ele devia saber que eu não posso justamente descarregar uma bala na cabeça de Peeta. Eu poderia? Eu deveria? Boggs adivinhou que aquilo que eu realmente vim para fazer é desertar e matar Snow por mim mesma?Eu não posso resolver tudo isso agora, então somente decido executar suas duas primeiras ordens: não acreditar em ninguém e me mover secretamente dentro da Capital. Mas como posso justificar isso? Que me deixem ficar com o Holo?— Porque eu estou em uma missão especial para a Presidente Coin. Eu acho que Boggs era o único que sabia sobre isso.Isso de nenhuma maneira convence Jackson.— Para fazer o quê?Por que não falar para ela a verdade? É tão razoável quanto qualquer coisa que eu poderia vir. Mas precisa parecer como uma missão real, não vingança.— Para assassinar Presidente Snow antes que a perda de vidas nesta guerra faça nossa população insustentável.— Eu não acredito em você — diz Jackson. — Como sua atual comandante, eu ordeno que você transfira a segurança primária de liberação para mim.— Não. Isso seria uma violação direta nas ordens de Presidente Coin.Armas são apontadas. Metade da esquadra para Jackson, metade para mim. Alguém está perto de morrer, quando Cressida fala.— É verdade. É o motivo de nós estarmos aqui. Plutarco quer isso televisado. Ele pensa que se nós pudermos filmar o Mockingjay assassinando Snow, finalizaria a guerra.Isso faz Jackson hesitar. Então ela gesticula com sua arma para a despensa.— E por que ele está aqui?Aí ela me pega. Eu não posso pensar em nenhuma razão sã para Coin ter enviado um garoto instável, programado para me matar, como foi designado. Isso realmente enfraquece minha história. Cressida vem em meu socorro mais uma vez.— Por causa das duas entrevistas pós-Jogos com Caesar Flickerman sendo gravadas nos alojamentos do Presidente Snow. Plutarco pensa que Peeta pode ser de algum uso enquanto nos guia em locais que temos pouco conhecimento.Eu preciso perguntar a Cressida porque ela está mentindo por mim, porque ela está lutando para nós irmos com minha autodesignada missão. Agora não é a hora.— Nós temos que ir! — diz Gale. — Eu estou seguindo Katniss. Se vocês não querem, sigam de volta para o campo. Mas vamos nos mover!Homes destranca a despensa e tem um Peeta inconsciente sobre seus ombros.— Pronto.— Boggs? — Leeg 1 pergunta.— Nós podemos ir sem ele. Ele teria entendido — diz Finnick. Ele resgata a arma de Boggs de seus ombros a lança a correia sobre o seu próprio. — Conduza, Soldado Everdeen.Eu não sei como conduzir. Olho para o Holo para orientação. Está até agora ativado, mas pode também ser morte para todos os homens de bem que me seguem. Não há tempo para mexer em volta com os botões, tentando imaginar como mexer no aparelho.— Eu não sei como usar. Boggs disse que você me ajudaria — falo para Jackson. — Ele disse que eu poderia contar com você.Jackson franze a testa, agarrando o Holo de mim, e batendo um comando. Uma intersecção aparece.— Se nós sairmos pela porta da cozinha, há um pequeno quintal, então o lado volta para outra unidade de apartamento de esquina. Nós estamos olhando para uma visão geral de quatro ruas que se encontram no cruzamento.Eu tento me direcionar quando fito a seção cruzada do mapa piscando com pods em todas as direções. E aqueles são somente os pods que Plutarco conhece. O Holo não indicava que a quadra que tínhamos acabado de deixar estava minada, tinha a fonte negra ou que a rede era feita com arame farpado. Além disso, lá poderia ter Pacificadores com que lidar, agora que eles sabem nossa posição. Eu mordo meu lábio inferior, sentindo todos os olhos em mim.— Coloquem suas máscaras. Nós vamos pelo caminho que viemos.Instantâneas objeções. Eu aumento minha voz sobre a deles.— Se a onda tinha tanto poder, então ela pode ter engatilhado e absorvido outros pods em seu caminho.As pessoas param para considerar. Pollux faz um ligeiro pequeno sinal para seu irmão.— Pode ter invalidado as câmeras também — Castor traduz. — Revestindo as lentes.Gale raspa suas botas no balcão e examina os respingos de negro na ponta. Esmagando com uma faca de cozinha de um bloco do balcão.— Isso não é corrosivo. Penso que se destinava a nos sufocar ou envenenar.— Provavelmente nossa melhor opção — diz Leeg 1.Máscaras sobem. Finnick ajusta a máscara de Peeta sobre seu rosto inanimado. Cressida e Leeg 1 apoiam uma atordoada Messalla entre elas.Estou esperando alguém pegar a posição de liderança quando lembro que esse é meu trabalho agora. Eu empurro a porta da cozinha e não encontro nenhuma resistência. Uma camada de um centímetro de negro pegajoso se expandiu pela sala de estar em quase três quartos do caminho para baixo do saguão.Quando eu lentamente testo a substância com a ponta de minha bota, descubro que tem a consistência de gel. Levanto meu pé e depois estico levemente, e o material recua de volta no lugar. Dou três passos dentro do gel e olho de volta. Sem pegadas. É a primeira coisa boa que está acontecendo hoje.O gel torna-se levemente grosso quando eu cruzo a sala de estar. Vagarosamente abro a porta da frente, esperando litros do material vertendo para dentro, mas o gel mantém sua forma.O quarteirão rosa e laranja parece ter sido mergulhado em uma brilhante tinta preta e colocado para secar. Pedras de calçamento, edifícios, mesmo os telhados, estão revestido em gel.Uma grande lágrima se pendura por cima da rua. Duas formas se projetam dela. Um cano de arma e uma mão humana. Mitchell. Eu aguardo na calçada, olhando fixo para ele até todo o grupo ter se juntado a mim.— Se alguém precisa ir, por qualquer razão, agora é a hora — eu digo. — Sem questionamentos, sem sentimentos injustos.Ninguém parece inclinado a se retirar. Então eu começo me movendo na direção da Capital, sabendo que não temos muito tempo. O gel está profundo aqui, quinze a quarenta centímetros, e faz um som de sucção cada vez que você levanta seu pé, mas isso, entretanto, cobre nossos rastros.A onda deve ter sido enorme, com tremendo poder atrás dela, já que afetou vários quarteirões à frente. E embora eu ande com cuidado, acho que meu instinto está certo sobre aquilo engatilhar outros pods. Um quarteirão está salpicado com corpos dourados de teleguiadas. Elas precisaram ter sido soltas para ceder ao vapor. Um pouco mais distante, um edifício de apartamentos inteiro ruiu e encontra-se em um monte debaixo do gel.Corro através do cruzamento, levantando uma mão para os outros aguardarem enquanto eu olho por problemas, mas a onda parece ter desmantelado os pods muito melhor do que qualquer esquadra de rebeldes poderia.No quinto quarteirão, posso falar que estamos alcançando o ponto onde a onda começou a enfraquecer. O gel tem somente três centímetros de profundidade e eu posso ver um telhado azul bebê espreitando após o próximo cruzamento. A luz da tarde está enfraquecendo, e nós urgentemente precisamos alcançar uma cobertura e formar um plano.Escolho um apartamento a dois terços do caminho para baixo do quarteirão. Homes arromba a fechadura, e ordeno que os outros entrem. Eu permaneço na rua por somente um minuto, assistindo a última de nossas pegadas desaparecer, então fecho a porta atrás de mim.Luzes de lanternas feitas dentro de nossas armas iluminam uma extensa sala de estar com paredes espelhadas que refletem nossos rostos em toda a volta. Gale checa as janelas, que não mostram nenhum dano, e remove sua máscara.— Está tudo certo. Você pode cheirar, não é muito potente.O apartamento parece ter sido planejado exatamente como o primeiro que nós tomamos refúgio. O gel escurece qualquer luz natural na frente, mas alguma luz, entretanto, desliza através das venezianas na cozinha. Ao longo do corredor estão dois quartos com banheiros. Uma escada em espiral na sala de estar conduz para cima a um espaço aberto que compõe grande parte do segundo andar. Não há janelas no andar superior, mas as luzes foram deixadas ligadas, provavelmente por causa de alguma evacuação apressada.Uma imensa tela de televisão, inútil, mas brilhando suavemente, ocupa uma parede. Cadeiras estofadas e sofás estão espalhados em volta da sala. É onde nós nos reunimos, afundando nos tapetes, tentando estabilizar nossa respiração.Jackson tem sua arma apontada para Peeta mesmo ele estando esbofeteado e inconsciente, em um sofá azul marinho onde Homes o depositou.O que diabos irei fazer com ele? Com a equipe? Com todo mundo, francamente, além de Gale e Finnick? Porque eu teria preferivelmente ir ao encalço de Snow com esses dois do que com eles. Mas não posso guiar dez pessoas através da Capital em uma missão fingida, mesmo que pudesse interpretar o Holo. Posso eu enviá-los de volta quando eu tiver a chance? Ou seria muito arriscado? Não só para eles, mas para minha missão? Talvez eu não devesse ter ouvido Boggs, porque ele deve ter estado em alguma ilusão do estado de morte. Talvez eu devesse somente confessar tudo, mas então Jackson assumiria e nós teríamos acabado de volta no campo. Onde eu teria Coin para responder.Justamente com a complexidade da desordem a que eu tenho envolvido todo mundo começando por sobrecarregar meu cérebro, uma distante cadeia de explosões envia um tremor através da sala.— Não foi perto — Jackson nos assegura. — Uns bons quatro ou cinco quarteirões longe.— Onde nós deixamos Boggs — Leeg 1 fala.Embora ninguém tenha feito um movimento em direção a ela, a televisão resplandece para vida, emitindo um agudo som de bip, fazendo metade de nosso grupo ficar de pé.— Está tudo certo! — diz Cressida. — É somente uma transmissão de emergência. Toda televisão da Capital é automaticamente ativada para isso.Lá estamos nós na tela, justamente depois da bomba explodir Boggs. Uma superposição de voz fala para a audiência que eles estão assistindo como nós tentamos reagrupar, reagindo ao gel negro atirado na rua, perdendo o controle da situação. Assistimos o caos que se segue até a onda encobrir as câmeras. A última coisa que vemos é Gale, sozinho na rua, tentando atirar através dos cabos que seguram Mitchell no alto.O repórter identifica Gale, Finnick, Boggs, Peeta, Cressida e eu pelo nome.— Não há imagens aéreas. Boggs deve estava certo sobre os aerobarcos — diz Castor.Eu não percebo isso, mas acho que esse é o tipo de coisa sobre o que um câmera assimilaria.A cobertura continua do pátio atrás do apartamento onde nos abrigamos. Pacificadores se alinham no telhado do outro lado do nosso esconderijo. Bombas são lançadas dentro da fileira de apartamentos, explicando as explosões que ouvimos, e o edifício desmorona em entulho e poeira.Agora vemos a imagem ao vivo. Um repórter permanece no telhado com os Pacificadores. Atrás dele, o bloco de apartamentos queima. Bombeiros tentam controlar a chama com mangueiras de água. Nós somos pronunciados como mortos.— Finalmente, um pouco de sorte — diz Holmes.Acho que ele está certo. Certamente é melhor do que ter a Capital em nossa perseguição. Mas eu me mantenho imaginando como a notícia repercurtirá 13. Onde minha mãe e Prim, Hazelle e as crianças, Annie, Haymitch e toda uma porção de pessoas do 13 pensando que eles justamente nos viram morrer.— Meu pai. Ele acabou de perder minha irmã e agora... — diz Leeg 1.Nós assistimos eles passarem as imagens mais e mais. Festejando sua vitória, especialmente sobre mim. Quebrando para fazer uma montagem da subida da Mockingjay para o poder rebelde – imagino que eles tinham isso preparado há um tempo, porque parece consideravelmente perfeito – e então vai ao vivo para um par de repórteres que podem discutir meu bem merecido e violento final. Depois, eles prometem, Snow fará uma declaração oficial. A tela desbota de volta para uma incandescência.Os rebeldes não fazem tentativa de interromper durante a transmissão, o que me leva a acreditar que eles pensam que é verdade. Se é assim, nós realmente estamos por nós mesmos.— Então, agora que estamos mortos, qual o nosso próximo movimento? — Gale pergunta.— Não é obvio?Ninguém percebeu que Peeta tinha recuperado a consciência. Eu não sei há quanto tempo ele estava assistindo, mas pelo olhar de miséria em sua face, tempo o bastante para ver o que aconteceu na rua. Como ele ficou louco, tentando esmagar minha cabeça, lançando Mitchell dentro do pod. Ele penosamente se empurra para cima para uma posição sentada e direciona suas palavras para Gale.— Nosso próximo movimento é... me matar.

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