terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em chamas - capitulo 11




Meus pés recuam automaticamente e eu corro para as árvores. Cubro minha boca com a luva branca para dispersar o branco da minha respiração no ar gelado. A adrenalina flui por mim, apagando todos os problemas do dia da minha mente quando eu foco na ameaça imediata ante a mim.O que está acontecendo? Thread ligou a cerca como uma precaução de segurança adicional? Ou ele de alguma forma sabe que eu escapei da sua rede hoje? Ele está determinado a me manter do lado de fora do Distrito 12 até que ele possa aparecer e me prender? Arrastar-me para a praça para ser trancada na prisão, chicoteada ou enforcada?Calma, ordeno a mim mesma. Essa não é a primeira vez que eu fui pega do lado de fora do distrito por uma cerca elétrica. Aconteceu algumas vezes através dos anos, mas Gale sempre esteve comigo. Nós dois apenas nos encostávamos a uma árvore confortável e esperávamos até que a energia desligasse, o que sempre acontecia eventualmente. Se eu estava atrasada, Prim até tinha o hábito de ir até Campina para verificar se a cerca estava ligada, para poupar minha mãe de preocupações.
Mas hoje minha família nunca poderia imaginar que eu estaria na floresta. Eu tomei alguns cuidados para enganá-las. Então se eu não aparecer, elas vão ficar preocupadas. E há uma parte de mim que está preocupada, também, porque não tenho certeza se é apenas uma coincidência, a energia aparecendo logo no dia que volto para a floresta.Eu achei que ninguém tinha me visto passar por debaixo da cerca, mas quem sabe? Há sempre olhos para contratar. Alguém reportou que Gale tinha me beijado. Mesmo assim, aquilo foi à luz do dia e antes que eu tivesse mais cuidado com o meu comportamento. Poderiam existir câmeras de vigilância? Eu já tinha pensado nisso. Foi assim que o Presidente Snow descobriu sobre o beijo? Estava escuro quando eu voltei e meu rosto estava oculto com o lenço. Mas a lista de prováveis suspeitos para ultrapassar a cerca é muito pequena.Meus olhos vasculham por entre as árvores, através da cerca, dentro da Campina. Tudo que eu posso ver é a neve úmida iluminada aqui e acolá pela luz das janelas no limite da Costura. Sem Pacificadores à vista, sem sinais de que estou sendo caçada. Se Thread sabe que eu saí do distrito hoje ou não, percebo que meu curso de ação deve ser o mesmo: entrar pela cerca sem ser vista e fingir que não saí.Qualquer contato com o elo de correntes ou com as espirais de arame farpado no topo significa eletrocussão instantânea. Não acho que posso cavar por baixo da cerca sem arriscar detecção, e o chão está com gelo, de qualquer jeito. Só tenho uma alternativa. De alguma forma, vou ter de passar por cima.Começo a rodear a linha de árvores, procurando por uma árvore com um galho alto e longo o bastante para satisfazer minhas necessidades. Depois de um quilômetro e meio, chego a um velho bordo que pode servir. O tronco é muito grosso e congelado para subir, entretanto, e não há galhos baixos. Subo numa árvore próxima e pulo de forma precária para o bordo, quase escorregando pela casca lisa. Mas eu consigo segurá-lo e lentamente subo acima da cerca.Quando olho para baixo, lembro por que Gale e eu sempre esperamos na floresta em vez de subir a cerca. Estar alto o bastante para evitar ser eletrocutado significa que você tem de estar no mínimo sete metros acima do chão. Acho que meu galho deve estar a pouco mais de oito. É uma queda perigosa, mesmo para alguém que teve anos de prática na floresta. Mas que escolha eu tenho? Eu poderia procurar por outro galho, mas está quase escuro agora. A neve caindo vai obscurecer qualquer luz da lua. Aqui, pelo menos, posso ver que tenho um monte de neve para amortecer minha queda. Mesmo que pudesse encontrar outro, o que é duvidoso, quem sabe onde eu pularia?Coloco minha bolsa vazia no meu pescoço e, lentamente, desço até estar pendurada pelas mãos. Por um momento, junto coragem. Então solto o galho.Há a sensação de cair, então eu atinjo o chão com uma batida que começa no alto da minha espinha. Um segundo depois, meu traseiro bate o chão. Eu fico deitada na neve, tentando avaliar os machucados. Sem me levantar, posso dizer pelo dor no meu calcanhar esquerdo e no meu cóccix que estou machucada. A única pergunta é o quão grave. Espero apenas escoriações, mas quando me forço a me levantar, suspeito que tenha quebrado algo também. Posso caminhar, porém, então começo a me mover, tentando esconder o fato de que estou mancando.Minha mãe e Prim não podem saber que eu estava na floresta. Preciso pensar em algum tipo de álibi, não importa qual. Algumas lojas na praça ainda estão abertas, então entro numa e compro pano branco para bandagens. Estamos com as reservas baixas, de qualquer forma. Em outra, compro uma sacola de doces para Prim. Coloco um dos doces na minha boca, sentindo a menta derreter na minha boca, e percebo que é a primeira vez que como hoje. Eu tencionava comer no lago, mas depois que vi a condição de Twill e Bonnie, pareceu errado tomar qualquer bocado delas.Quando chego a minha casa, meu calcanhar esquerdo não suporta mais nenhum peso. Decido dizer para minha mãe que eu estava tentando consertar um vazamento no telhado de nossa antiga casa e escorreguei. Quanto à comida faltando, apenas serei vaga sobre para quem a dei. Eu me arrasto até a porta, pronta para cair perto do fogo. Mas em vez disso tenho um choque.Dois Pacificadores, um homem e uma mulher, estão no corredor da nossa cozinha. A mulher permanece impassível, mas vejo uma centelha de surpresa no rosto do homem. Eu não era esperada. Eles sabiam que eu estava na floresta e deveria estar presa lá agora.— Olá — digo numa voz neutra.
Minha mãe aparece atrás deles, mas mantém distância.— Aqui está ela, bem na hora do jantar — ela diz muito alegremente.
Estou muito atrasada para o jantar.Considero remover minhas botas como normalmente faria, mas duvido que possa fazer isso sem relevar meus machucados. Em vez disso, retiro meu capuz molhado e balanço a neve do meu cabelo.— Posso ajudá-los em algo? — pergunto aos Pacificadores.
— Pacificador Chefe Thread mandou uma mensagem para você — diz a mulher.
— Eles estão esperando há horas — minha mãe acrescenta.
Eles estavam esperando que eu não conseguisse retornar. Para confirmar que eu fui eletrocutada na cerca ou que fiquei presa na floresta, para que eles pudessem levar minha família a um interrogatório.— Deve ser uma mensagem importante — digo.
— Podemos perguntar onde você esteve, Senhorita Everdeen? — a mulher pergunta.
— É mais fácil perguntar onde eu não estive — digo com um som de exasperação.
Atravesso a cozinha, forçando-me a usar meu pé normalmente, embora a dor seja excruciante. Passo entre os Pacificadores e chego à mesa. Jogo minha bolsa no chão e me viro para Prim, que está rígida perto da lareira.Haymitch e Peeta estão aqui também, sentados num par de cadeiras, jogando damas.Por acaso eles foram “convidados” pelos Pacificadores? Mesmo assim, estou feliz por vê-los.— Então onde você não esteve? — diz Haymitch numa voz entediada.
— Bem, eu não estive conversando com o Homem da Cabra sobre engravidar a cabra de Prim, porque alguém me deu uma informação errada de onde ele morava — digo para Prim enfaticamente.
— Não, não dei — diz Prim. — Eu te disse corretamente.
— Você disse que ele vivia ao lado da entrada oeste da mina.
— A entrada leste — Prim me corrige.
— Você claramente disse oeste, porque então eu disse, “Próximo à trilha?” e você disse, “Sim.
— A trilha é próxima à entrada leste — Prim fala pacientemente.
— Não. Quando você disso isso? — exijo.
— Noite passada — Haymitch se intromete.
— Era definitivamente leste — Peeta acrescenta.
Ele olha para Haymitch e eles riem. Olho para Peeta e ele tenta ficar sério.— Desculpe-me, mas é o que eu digo. Você não escuta quando as pessoas falam contigo.
— Aposto que as pessoas disseram a você que ele não vivia ali hoje e você não escutou outra vez — diz Haymitch.
— Calado, Haymitch — respondo, claramente indicando que ele está certo.
Haymitch e Peeta começam a rir e Prim se permite um sorriso.— Ótimo. Outra pessoa pode saber o que fazer com aquela cabra estúpida — digo, o que os faz rirem mais.
E penso, É por isso que eles conseguiram chegar tão longe, Haymitch e Peeta. Nada os impressiona.Olho para os Pacificadores. O homem está sorrindo, mas a mulher não está convencida.— O que há na bolsa? — ela pergunta rispidamente.
Eu sei que ela espera alguma caça ou plantas silvestres. Algo que claramente me condene. Eu despejo o conteúdo na mesa.— Veja você mesma.
— Ah, bom — diz minha mãe, examinando o pano. — Estamos com poucas bandagens.
Peeta chega à mesa e abre a sacola de doces.— Aah, menta — exclama, colocando uma na boca.
— Elas são minhas.
Tento pegar a bolsa. Ele a joga para Haymitch, que joga um punhado de doces na boca antes de passar para Prim, que está rindo.— Nenhum de vocês merecem doces! — falo.— O quê, porque estamos certos? — Peeta me envolve em seus braços.
Dou um pequeno gemido quando meu cóccix protesta. Tento transformá-lo num som de indignação, mas posso ver nos seus olhos que ele sabe que estou machucada.— Ok, Prim disse oeste. Eu ouvi oeste. E somos todos idiotas. E agora?
— Melhor — respondo, e aceito seu beijo. Então olho para os Pacificadores como se me lembrasse de repente que eles estão ali. — Vocês têm uma mensagem para mim?
— Do Pacificador Chefe Thread — diz a mulher. — Ele queria que você soubesse que a cerca que rodeia o Distrito Doze agora vai ter eletricidade vinte e quatro horas por dia.
— Já não tinha? — pergunto, um pouco inocentemente demais.
— Ele achou que você poderia estar interessada em passar essa informação para seu primo — diz a mulher.
— Obrigada. Vou dizer a ele. Estou certa de que todos nós dormimos mais seguros agora que a segurança corrigiu aquele lapso.
Estou exagerando, eu sei, mas o comentário me dá uma sensação de satisfação.A mandíbula da mulher fica rígida. Nada disso foi planejado, mas ela não tem outras ordens. Ela me dá um curto aceno e sai, o homem a seguindo. Quando minha mãe tranca a porta atrás deles, caio na mesa.— O que é? — pergunta Peeta, me segurando firmemente.
— Ah, eu feri meu pé esquerdo. O calcanhar. E meu cóccix está num dia ruim, também.
Ele me ajuda a me sentar numa cadeira de balanço e me abaixo até o acolchoado.Minha mãe tira minhas botas.— O que aconteceu?
— Eu escorreguei e caí — respondo.
Quatro pares de olhos me encaram com descrença.— Sobre algum gelo.
Mas todos nós sabemos que a casa está grampeada e que não é seguro conversar abertamente. Não aqui, não agora.Tendo tirado minha meia, os dedos da minha mãe sondaram os ossos do meu calcanhar esquerdo e eu me contraí.— Deve estar quebrado — conclui. Ela chega o outro pé. — Esse parece estar bem.
Ela diz que meu cóccix está muito machucado.Prim vai pegar meus pijamas e meu robe. Quando mudo de roupa, minha mãe faz uma compressa de neve para meu calcanhar esquerdo e o coloca numa almofada. Eu como três pratos de sopa e metade de um pão enquanto os outros comem na mesa. Encaro o fogo, pensando em Bonnie e Twill, esperando que aquela neve pesada e molhada tenha apagado meus rastros.Prim aparece e se senta no chão próxima a mim, inclinando sua cabeça contra meu joelho. Chupamos as balas de menta enquanto eu escovo seu cabelo macio e loiro atrás de sua orelha.— Como foi a escola? — pergunto.
— Tudo bem. Aprendemos sobre os produtos derivados do carvão.
Encaramos o fogo por um momento.— Você vai experimentar seus vestidos de noiva?
— Não hoje à noite. Amanhã, provavelmente.
— Espere até eu chegar a casa, ok?
— Claro.
Se eles não me prenderem antes.Minha mãe me dá uma xícara de chá de camomila com uma dose de sonífero, e minhas pálpebras começam a cair imediatamente. Ela cobre meu pé ruim, e Peeta se voluntaria para me levar a cama. Eu começo me apoiando no seu ombro, mas estou tão instável que ele me pega nos braços e me carrega até o andar de cima. Ele me deixa na cama e me diz boa noite, mas eu pego sua mão e a aperto. Um efeito colateral do sonífero é que ele deixa as pessoas menos inibidas, como licor branco, e sei que tenho o controle da minha língua. Mas eu não quero que ele vá. Na verdade, eu quero que ele suba na cama comigo, e fique até que os pesadelos apareçam à noite. Por alguma razão que eu não consigo formular, sei que não posso pedir por isso.— ‚Não vá ainda. Não até que eu durma — digo.
Peeta se senta ao lado da cama, aquecendo minha mão entre as suas.— Quase pensei que você tivesse mudado de ideia hoje. Quando você se atrasou para o jantar.
Estou tão sonolenta que posso apenas imaginar o que ele quer dizer. Como a cerca sendo ligada, eu aparecendo tarde e os Pacificadores esperando, ele pensou que eu tinha fugido, talvez com Gale.— Não, eu teria te contado — digo.
Puxo sua mão e encosto as costas dela contra minha bochecha, sentindo o cheiro fraco de canela e tempero dos pães que ele deve ter assado hoje. Eu quero contar a ele sobre Twill e Bonnie, e a revolta e a fantasia sobre o Distrito 13, mas não é seguro e posso me sentir me deixando levar, então solto uma frase.— Fique comigo.
E quando os efeitos do sonífero me puxam para o sono, posso ouvi-lo sussurrar algo de volta, mas não consigo escutar.Minha mãe me deixa dormir até o meio-dia, então me levanta para examinar meu calcanhar. Ela me manda ficar na cama para descansar e eu não discuto, porque estou me sentindo muito mal. Não apenas pelo meu calcanhar e meu cóccix. Todo o meu corpo dói de exaustão. Então deixo minha mãe cuidar de mim e trazer meu café da manhã na cama, e colocar outra coberta sobre mim.Depois eu só fico ali, olhando pela minha janela para o céu de inverno, ponderando sobre como isso tudo aconteceu. Penso muito em Bonnie e Twill, na pilha de vestidos de noiva no andar de baixo, e se Thread vai descobrir como eu consegui voltar e me prender.É engraçado, porque ele só podia ter me prendido, de qualquer forma, baseado nos crimes passados, mas talvez ele tenha de ter algo irrefutável para fazê-lo, agora que sou uma vencedora.Me pergunto se Presidente Snow está em contato com Thread. Acho improvável que ele tenha conhecimento de que o velho Cray existia, mas agora que eu sou um problema nacional, ele está cuidadosamente instruindo Thread sobre o que fazer? Ou Thread está agindo sozinho? De toda maneira, estou certa de que eles concordaram em me trancar aqui dentro do distrito com aquela cerca. Mesmo que eu pudesse imaginar algum modo de escapar – talvez amarrando uma corda naquele galho do bordo e subir – não haveria escapatória com minha família e meus amigos agora. Eu disse a Gale que iria ficar e lutar.Pelos próximos dias, pulo toda vez que há uma batida na porta. Nenhum Pacificador apareceu para me prender, então eventualmente começo a relaxar. Estou bem segura quando Peeta casualmente me diz que a força está desligada em seções da cerca porque grupos estão fora assegurando a base do elo de correntes no chão. Thread deve acreditar que eu, de alguma forma, passei por debaixo da coisa, mesmo que uma corrente mortal passasse por lá. É um descanso para o distrito, ter os Pacificadores ocupados fazendo algo além de abusar das pessoas.Peeta aparece todo dia para me trazer pães de queijo e começa a me ajudar a trabalhar no livro da família. É uma coisa antiga, feita de papel de pergaminho e couro. Algum ervanário do lado da família da minha mãe começou eras atrás. O livro é composto por páginas atrás de páginas com desenhos a tinta de plantas com descrições de seus usos medicinais. Meu pai acrescentou uma seção para plantas comestíveis que estava no meu guia para nos manter vivos depois de sua morte. Por um longo tempo, eu quis registrar meus próprios conhecimentos nele. Coisas que aprendi de experiências e de Gale, e então a informação que eu consegui quando estava treinando para os Jogos.Eu não fiz, porque não era uma artista e era tão crucial que as figuras fossem desenhadas com detalhes exatos. Foi quando Peeta apareceu. Algumas das plantas ele já conhece, outras tínhamos exemplares secos, e outras eu tinha de descrever. Ele faz rabiscos no papel de rascunho até que eu estou satisfeita com o resultado, então deixo desenhá-lo no livro. Depois disso, eu cuidadosamente escrevo tudo que sei sobre a planta.É calmo, absorver-me no trabalho que me ajuda a me esquecer dos problemas. Gosto de observar suas mãos quando ele trabalha, fazendo uma página vazia florescer com riscos de tinta, acrescentando toques de cor para nosso livro anteriormente preto e amarelado. Seu rosto tem uma expressão especial quando ele se concentra. Sua expressão usualmente fácil é substituída por algo mais intenso e gasta que sugere que o mundo está preso fora dele. Eu tinha visto isso antes: na arena, ou quando ele fala para a multidão, ou na hora que ele afastou as armas dos Pacificadores para longe de mim no Distrito 11.Eu não sei bem o que ela é. Também criei uma pequena fixação pelos seus cílios, que ordinariamente você não nota muito porque são tão loiros. Mas de perto, com a luz do sol entrando através da janela, eles têm uma cor dourada clara e são tão longos que não vejo como eles não se misturam quando ele brilha.Numa tarde Peeta para de desenhar a planta e olha para cima tão de repente que eu me assusto, como se tivesse sigo pega o observando, o que estranhamente talvez eu esteja fazendo. Mas ele apenas diz:— Sabe, acho que essa é a primeira vez que fazemos algo normal juntos.
— Sim — concordo.
Toda a nossa relação foi manchada pelos Jogos. Normal nunca era parte dela.— É bom uma mudança.
Em cada tarde ele me carrega para baixo para uma mudança de cenário e faço todos ligarem a televisão. Geralmente, apenas assistimos quando é obrigatório, porque a mistura de propaganda e exibição do poder da Capital – incluindo clipes dos setenta e quatro anos dos Jogos Vorazes – é tão odiosa. Mas agora estou procurando por algo especial. O mockingjay em que Bonnie e Twill estavam baseando todas suas esperanças. Sei que provavelmente é bobagem, mas se for assim, quero descartá-la. E apagar a ideia de um Distrito 13 próspero da minha cabeça.A primeira coisa que aparece são notícias referenciando os Dias Negros. Vejo os restos ardentes do Edifício da Justiça no Distrito 13 e vejo de relance o branco-e-preto da parte de baixo da asa de um mockingjay enquanto ele voa pelo canto superior direito. Isso não prova nada, realmente. É apenas uma filmagem velha que combina com um conto velho.Entretanto, alguns dias depois, algo captura minha atenção. O apresentador principal está lendo algo sobre uma escassez de grafite que está afetando a produção de itens no Distrito 3. Eles cortam para algo que supostamente é pra ser uma sequência com uma repórter, vestida com uma roupa protetora, de pé em frente às ruínas do Edifício da Justiça no 13. Através da sua máscara, ela diz que infelizmente um estudo liberado hoje tinha determinado que as minas do Distrito 13 ainda estavam tóxicas demais para se aproximar. Fim da história. Mas bem antes de eles cortarem de volta para o apresentador principal, vejo o que claramente é a mesma asa de mockingjay.
A repórter tinha simplesmente sido colocada na sequência antiga. Ela não estava no Distrito 13. O que me leva a perguntar, O que está?

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