terça-feira, 15 de outubro de 2013

Capitulo XI - Frank







FRANK NUNCA HAVIA SE SENTIDO tão certo de nada, o que o deixava nervoso. Nada que ele planejava dava certo. Ele sempre conseguiu quebrar, estragar, queimar, sentar ou derrubar algo importante, mas ele sabia que sua estratégia iria funcionar.
Hazel encontrou um túnel sem nenhum problema. Na verdade, Frank tinha uma suposição que ela não tinha simplesmente encontrado o túnel. Era como se os próprios túneis se fabricassem para atender às necessidades dela. Passagens que haviam sido preenchidas anos atrás, de repente não estavam mais preenchidas, mudando de direção de acordo com as vontades de Hazel. Eles rastejaram junto à luz da espada brilhante de Percy, Contracorrente. Acima, eles ouviam os sons da batalha – crianças berrando, Hannibal, o elefante, gritando de alegria, flechas explodindo e canos de água disparando. O túnel sacudiu. Pó choveu sobre eles.
Frank escorregou sua mão dentro de sua armadura. O pedaço de madeira ainda estava seguro no bolso do casaco, embora um bom tiro de uma balista escorpião pudesse colocar a sua linha da vida em chamas...
Ruim, Frank, ele repreendeu a si mesmo. Fogo é a “palavra-F”, não pense nisso.
— Há uma abertura lá na frente — Hazel anunciou. — Vamos chegar a 3 metros da parede leste.
— Como você sabe? — Percy falou.
— Eu não sei. Mas tenho certeza.
— Poderíamos seguir o túnel em linha reta, sob a parede? — Frank perguntou.
— Não — Hazel disse — Os engenheiros foram espertos. Eles construíram as paredes em fundações antigas que servem de alicerce. E não pergunte como eu sei. Só sei.
Frank tropeçou em alguma coisa e amaldiçoou. Percy usou espada em volta para dar mais luz. A coisa que Frank tinha tropeçado era prata reluzente.
Ele se agachou.
— Não toque nisso! — Hazel disse.
A mão de Frank parou a poucos centímetros do pedaço de metal. Parecia um pedaço gigante de Hershey’s Kiss , quase do tamanho de seu punho.
— É maciço — ele disse — prata?
— Platina — Hazel parecia assustada. — Vai sumir em um segundo. Por favor, não toque nisso. É perigoso.
Frank não entendeu como um pedaço de metal poderia ser perigoso, mas ele levou Hazel a sério. Enquanto observavam, o pedaço de platina afundou no solo.
Ele olhou para Hazel.
— Como você sabia?
A luz da espada de Percy fez Hazel parecer fantasmagórica como um lar.
— Vou explicar mais tarde – ela prometeu.
Outra explosão abalou o túnel, e eles seguiram em frente. Saltaram de um buraco exatamente onde Hazel havia previsto. Em frente deles, a parede leste do forte se aproximava. À sua esquerda, Frank podia ver a linha principal da Quinta Coorte avançando na formação de tartaruga, formando escudos de concha sobre suas cabeças e lados.
Estavam tentando chegar aos portões principais, mas os defensores de cima os prenderam com pedras e atingiram com flechas flamejantes da balista escorpião, crateras explodiram em torno de seus pés. Um canhão de água descarregou com um barulho de mandíbula arranhada e um jato líquido atingiu a trincheira no chão em frente à Coorte.
Percy assobiou.
— Isso é muita pressão, cara.
A terceira e quarta Coorte não estavam nem mesmo avançando. Elas ficaram para trás e riram, assistindo seus "aliados" apanharem. Os defensores agrupados na parede de cima dos portões gritavam insultos para a formação de tartaruga, uma vez que cambaleava para trás e para frente. Jogos de guerra tinham se deteriorado em “abater a Quinta”.
A visão de Frank ficou vermelha de raiva.
— Vamos agitar as coisas.
Ele pegou na sua alijava a flecha mais pesada de todas. A ponta de ferro fino era formada como o nariz cônico de um foguete. Uma corda de ouro ultrafina se arrastava desde as penas. Atirava com precisão e exigia mais força e habilidade que a maioria dos arqueiros poderia conseguir, mas Frank tinha braços fortes e uma boa pontaria.
Talvez Apolo esteja assistindo, pensou esperançosamente.
— O que isso faz? — Percy perguntou — Engancha?
— Isso se chama Seta da Hidra — Frank disse — Você pode derrubar os canhões de água?
Um defensor apareceu na parede acima deles:
— Ei! — ele gritou para seus amigos. — Vejam isso! Mais vítimas!
— Percy — Frank disse — Agora seria bom.
Mais crianças riram deles. Alguns correram para a água mais próxima e viraram o canhão em direção a Frank.
Percy fechou seus olhos. Ele levantou a mão.
Na parede alguém gritou:
— Já era, perdedores!
KABOOM
O cano explodiu em azul, verde e branco. Os defensores gritavam com uma onda de choque aquosa achatando-os contra as muralhas. As crianças caíram das paredes, mas foram capturadas pelas gigantes águias e levadas para longe em segurança. Todo leste da parede explodiu por meio dos dutos. Um depois do outro, os canhões de água explodiram. Os escorpiões ficaram encharcados. Os defensores se dispersaram na confusão ou foram atirados para o ar, dando às águias de resgate um exercício completo. Nos portões principais, a Quinta Coorte esqueceu sua formação. Mistificados, abaixaram o escudo e olharam para o caos.
Frank atirou sua flecha. Ela subiu, levando sua corda brilhante. Quando chegou ao topo, o ponto de metal se dividiu em dúzia de linhas que atacaram e acondicionaram em torno de qualquer coisa que poderiam encontrar – partes da parede, uma balista escorpião quebrada, um canhão de água e um par de campistas defensores, que ganiram e se encontraram batendo contra o parapeito como âncoras. A corda principal estendeu-se em dois intervalos, fazendo uma escada.
— Vai! — Frank falou.
Percy sorriu
— Você primeiro, Frank. Essa é sua festa.
Frank hesitou. Então pendurou seu arco nas costas e começou a subir. Ele estava a meio caminho antes de defensores recuperarem seus sentidos o suficiente para tocar o alarme.
Frank olhou atrás para o principal grupo da Quinta Coorte. Em seguida eles o olharam, estupefatos.
— Bem... — Frank gritou — Atacar!
Gwen foi a primeira a descongelar. Ela sorriu e repetiu a ordem. A alegria encheu o campo de batalha. Hannibal, o elefante, urrou com felicidade, mas Frank não pode se dar o luxo de assistir. Ele subiu o topo da parede, onde três defensores estavam tentando cortar a sua escada de corda.
Uma coisa boa de ser grande, desajeitado e estar vestido de metal: Frank era uma bola de boliche fortemente blindada. Ele se lançou nos defensores e os derrubou como alfinetes. Frank ficou de pé. Ele assumiu o comando das ameias, varrendo com seu pilo para frente e para trás, derrubando os defensores. Algumas flechas foram disparadas. Alguns tentaram ficar sob sua guarda com suas espadas, mas Frank se sentiu invencível. Então Hazel apareceu perto dele, balançando sua grande espada de cavalaria como se tivesse nascido para a batalha.
Percy pulou o muro e levantou Contracorrente.
— Divertido — ele comentou.
Juntos, eles limparam as muralhas. Abaixo deles, o portão foi quebrado. Hannibal foi para o forte, flechas e pedras quicando inofensivamente pela sua armadura Kevlar. A Quinta Coorte foi atrás do elefante e a batalha corpo-a-corpo começou. Finalmente, da borda do Campo de Marte um grito de guerra foi declarado. A Terceira e Quarta Coorte correram para se juntar à luta.
— Um pouco tarde — Hazel resmungou.
— Não podemos deixar o estandarte — Frank disse.
— Não — Percy concordou. — Eles são nossos.
Mais nenhuma conversa foi necessária. Eles se moveram como uma equipe. Como se os três trabalhassem juntos há anos. Eles correram para a base inimiga. 







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