quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Capitulo XLV - Frank






NÃO HÁ JUSTIÇA NA MORTE. Essas palavras ficaram zunindo na cabeça de Frank.
O gigante dourado não o assustava. O exército de fantasmas não o assustava. Mas o pensamento de libertar Tânatos o fazia se encolher em posição fetal. O deus havia levado a sua mãe.
Frank entendia o que tinha que fazer para quebrar aquelas correntes. Marte havia lhe avisado. Ele havia explicado porque amava tanto Emily Zhang: Ela sempre colocava o seu dever em primeiro lugar, à frente de tudo. Mesmo da sua vida.
Agora era a vez de Frank.
A medalha de sacrifício de sua mãe estava quente no seu bolso. Ele finalmente entendia a escolha de sua mãe, salvar os seus companheiros ao custo de sua própria vida. Finalmente entendia o que Marte havia tentado lhe dizer – Dever. Sacrifício, eles querem dizer algo.
No peito de Frank, um forte nó de ira e ressentimento – um caroço de dor que vinha carregando desde o funeral – finalmente começou a se dissolver. Entendeu porque sua mãe nunca voltou para casa. Valia a pena morrer por algumas coisas.
— Hazel — ele tentou manter a sua voz firme. — Aquele pacote que você tem carregado por mim? Eu preciso dele.
Hazel olhou para ele desanimada. Sentada em Arion, parecia uma rainha, poderosa e bonita, seu cabelo castanho jogado sobre os ombros e uma coroa de névoa gelada ao redor de sua cabeça.
— Frank, não. Tem que haver outra forma.
— Por Favor. Eu... Eu sei o que estou fazendo.
Tânatos sorriu e levantou seus pulsos algemados.
— Você está certo, Frank Zhang. Sacrifícios têm que ser feitos.
Perfeito. Se a Morte aprovava os seus planos, ele sabia que não ia gostar dos resultados.
O gigante Alcioneu deu um passo à frente, seus pés reptilianos balançando no chão.
— De que pacote fala, Frank Zhang? Trouxe um presente para mim?
— Nada para você, Garoto Dourado — Frank respondeu. — A não ser uma grande quantidade de dor.
O gigante rugiu em riso.
— Falou como um filho de Marte! Muito ruim que eu tenha que te matar. E esse aqui... bom, eu estive esperando para matar o famoso Percy Jackson.
O gigante sorriu, seus dentes de prata faziam a sua boca parecer uma grade de carro.
— Eu acompanhei o seu progresso, filho de Netuno — disse Alcioneu. — Você lutou contra Cronos? Bem feito. Gaia te odeia mais que os outros... a não ser talvez por aquele arrogante Jason Grace. Lamento não poder te matar de uma vez, mas meu irmão, Polybotes, deseja te ter como um animal de estimação. Acha que vai ser engraçado ter o filho favorito de Netuno na coleira quando o destruir. Depois disso, Gaia tem planos para você.
— Sim, lisonjeiro — Percy levantou Contracorrente. — Mas na verdade eu sou filho de Poseidon. Sou do Acampamento Meio-Sangue.
Os fantasmas se mexeram. Alguns puxaram espadas levantaram escudos. Alcioneu levantou sua mão, gesticulando para esperarem.
— Grego, romano, não importa — o gigante disse facilmente. — Nós vamos esmagar ambos os acampamentos sob nossos pés. Você vê, os Titãs não pensavam grande o suficiente. Eles planejavam destruir o legado dos deuses, sua nova casa na América. Nós gigantes sabemos melhor! Para destruir a erva daninha, você tem que puxar a raiz. Mesmo agora, enquanto minhas forças destroem seu pequeno acampamento romano, meu irmão Porfírion está se preparando para a verdadeira batalha nas terras antigas! Nós vamos destruir os deuses na sua fonte.
Os fantasmas bateram suas espadas em seus escudos. O som ecoou pelas montanhas.
— Sua fonte? — perguntou Frank. — Você quer dizer Grécia?
Alcioneu engasgou.
— Você não precisa se preocupar com isso, filho de Marte. Não viverá o suficiente para ver a nossa vitória final. Eu vou substituir Plutão como lorde do Mundo Inferior. Já tenho a Morte sob minha custódia. Com Hazel Levesque a meu serviço, vou ter todas as riquezas sob a terra também.
Hazel se aferrou a sua spatha.
— Eu não estou a seu serviço.
— Oh, mas você me deu a vida! — disse Alcioneu. — É verdade, nós queríamos despertar Gaia durante a segunda guerra mundial. Teria sido glorioso. Mas na verdade, o mundo está quase em tão má forma quanto antes. Logo, sua civilização será varrida. As portas da Morte estarão abertas. Aqueles que nos servem nunca perecerão. Vivos ou mortos, vocês três se juntarão ao meu exército.
Percy negou com a cabeça.
— Sem chance, Garoto Dourado. Você vai cair.
— Espere — Hazel estimulou seu cavalo diante do gigante. — Eu levantei este monstro da terra. Eu sou a filha de Plutão. É minha obrigação matá-lo.
— Ah, pequena Hazel — Alcioneu plantou seu cajado no gelo. Seu cabelo brilhou com milhões de dólares em gemas. — Você tem certeza de que não se juntará a nós por vontade própria? Você poderia ser bastante... preciosa para nós. Por que morrer de novo?
Os olhos de Hazel brilharam com fúria. Ela olhou para Frank e puxou o pedaço de lenha embrulhado do seu casaco.
— Você tem certeza?
— Sim — ele respondeu.
Ela franziu seus lábios.
— Você é o meu melhor amigo também, Frank. Eu deveria ter te dito isso — ela lhe lançou o graveto. — E Percy... você pode protegê-lo?
Percy olhou para as filas de fantasmas romanos.
— Contra um pequeno exército? Claro, sem problemas.
— Então eu cuido do Garoto Dourado — Hazel falou.
Ela avançou contra o gigante.

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