quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Capitulo XXXIV - Frank







ELES PARARAM EM FRENTE A VARANDA. Como Frank temia, pequenas fogueiras estavam espalhadas pelo jardim, mas a casa permanecia intocada.
Os sinos de vento de sua avó balançavam com a brisa noturna. A cadeira de balanço permanecia vazia, de frente para a estrada. Luzes brilhavam através das janelas dos andares de baixo, mas Frank decidiu tocar a campainha. Ele não sabia se era tarde, se sua avó estava dormindo ou se até mesmo estava em casa. Instantaneamente, verificou a estátua de elefante no canto – uma cópia da que estava em Portland. A chave reserva estava escondida em baixo da escultura.
Frank hesitou em abrir a porta.
— O que houve? — Perguntou Percy.
Frank se lembrou da vez em que abriu a porta para o militar que contou o acontecido com sua mãe. Se lembrou de ter andado por esses mesmos degraus para o funeral dela, guardando um pedaço de lenha sobre seu o casaco pela primeira vez. Se lembrou de ter ficado parado naquele mesmo lugar observando os lobos saírem da mata – os servos de Lupa, que o levaram ao Acampamento Júpiter. Aquilo parecia ter acontecido há tanto tempo, mas havia apenas seis semanas.
Agora ele estava de volta. Será que vovó o abraçaria? Será que ela diria “Frank graças aos deuses você está de volta, estou cercada de monstros!” Era mais provável ela repreendê-lo ou confundi-los com intrusos e persegui-los com uma frigideira.
— Frank? — Hazel chamou.
— Ella está nervosa — murmurou a harpia de seu poleiro nas grades. — O elefante, o elefante está encarando Ella.
— Vai ficar tudo bem — a mão de Frank estava tremendo tanto que ele mal conseguia encaixar a chave na fechadura. — Apenas fiquem juntos.
Do lado de dentro, a casa fedia à lugar fechado e mofo. Geralmente o ar cheirava a incenso de jasmim, mas todos os perfumadores estavam vazios. Eles examinaram a sala de estar, a sala de jantar, a cozinha. Havia louça suja na pia, o que não estava certo. A empregada de sua avó vinha todos os dias – a não ser que tenha sido afugentada pelos lestrigões.
Ou tenha virado almoço, Frank pensou. Ella tinha dito que os lestrigões eram canibais.
Ele afastou esses pensamentos. Monstros ignoravam os mortais, pelo menos até agora.
Na sala de estar, estátuas de Buda e deuses taoistas sorriam para eles como palhaços psicopatas. Frank lembrou também que Íris, a deusa do arco íris, era interessada por budismo e taoismo. Imaginou que uma visita a essa casa velha e assustadora tiraria isso da cabeça dela.
Os vasos de porcelana estavam cobertos de teias de aranha. Novamente – aquilo não estava certo. Sua avó insistia que sua coleção de vasos fosse espanada regularmente. Vendo as porcelanas, Frank sentiu uma pontada de culpa por ter destruído tantas peças no dia do funeral. Isso parecia estúpido para ele agora – zangar-se com sua avó quando havia tantas outras pessoas para ficar com raiva: Juno, Gaia, os gigantes, seu pai Marte. Especialmente Marte.
A lareira estava fria e escura.
Hazel abraçou o peito como se para impedir o pedaço de lenha de pular na lareira.
— Aquilo é...
— Sim — Frank disse. — É isso mesmo.
— Aquilo o que? — Percy perguntou.
A expressão de Hazel era simpática, mas aquilo só fez com que Frank se sentisse pior. Ele se lembrou do quão horrorizada ela havia ficado, a repulsa que havia sentido quando ele invocou Cinzento.
— É a lareira — ele falou para Percy, o que soou estupidamente óbvio. — Vamos checar o andar de cima.
Os degraus rangiam debaixo de seus pés. O antigo quarto de Frank permanecia o mesmo. Nenhuma de suas coisas havia sido tocada – seu arco e aljava extras (ele tinha que pegá-los mais tarde), seus prêmios de concursos de soletrar da escola (sim, ele provavelmente era o único semideus não-disléxico campeão de soletrar no mundo, como se ele já não fosse estranho o suficiente), e as fotos de sua mãe – em sua jaqueta camuflada e capacete, sentada em um jipe na província de Kandahar; na sua roupa de treinadora de futebol, no verão em que ela treinou o time de Frank; em seu uniforme militar, suas mãos nos ombros de Frank, quando ela foi a sua escola no dia das profissões.
— Sua mãe? — Hazel perguntou gentilmente. — Ela é linda.
Frank não conseguiu responder. Ele se sentiu um pouco embaraçado – um cara de dezesseis anos de idade cheio de fotos de sua mãe. O quão desesperado soava aquilo? Mas, principalmente, ele se sentiu triste. Havia seis semanas desde que esteve aqui. De alguma forma, parecia como sempre. Mas quando olhou para o sorriso de sua mãe nas fotos, a dor de perdê-la ficou mais forte que nunca.
Eles checaram os outros quartos. Os dois do meio estavam vazios. Uma fraca luz escapava pela última porta – o quarto de sua avó.
Frank bateu de leve na porta. Ninguém respondeu. Ele puxou a maçaneta e abriu a porta. Sua avó estava deitada na cama, magra e frágil, seu cabelo branco estava espalhado pelo seu rosto como uma coroa de basilisco. Uma única vela queimava sobre o criado mudo. Sentado ao lado da cama estava um homem grande em uma farda bege canadense. Apesar do escuro, ele usava óculos de sol pretos com uma luz vermelho-sangue por trás das lentes.
— Marte — Frank disse.
O deus o olhou impassivo.
— Hey, garoto, venha aqui. Diga aos seus amigos para darem um passeio.
— Frank — Hazel sussurrou. — O que você quis dizer com Marte? É a sua avó... Ela está bem?
Frank olhou para os amigos.
— Vocês não o veem?
— Ver quem? — Percy sacou sua espada. — Marte? Onde ele está?
O deus da guerra sorriu.
— Não, eles não podem me ver. Dessa vez é melhor assim. Só uma conversa entre pai e filho, certo?
Frank cerrou os punhos. Ele contou até dez antes de confiar em si mesmo para falar.
— Galera, não... não é nada. Por que vocês não verificam os outros quartos?
— Telhado — Ella disse. — Telhados são bons para harpias.
— Claro — disse Frank ainda atordoado. — Provavelmente há comida na cozinha. Vocês me dariam alguns minutos sozinho com a minha avó? Eu acho que ela está...
Sua voz falhou. Ele não tinha certeza se queria chorar ou gritar ou socar Marte no meio dos olhos. Talvez os três.
Hazel colocou sua mão gentilmente nos ombros de Frank.
— Claro, Frank. Ella, Percy, vamos.
Frank esperou até não poder escutar mais os passos dos amigos. Então entrou no quarto e fechou a porta.
— É realmente você? — ele perguntou a Marte. — Isso não é um truque ou uma ilusão nem nada do tipo, certo?
O deus sacudiu a cabeça.
— Você preferia que não fosse eu?
— Sim — Frank confessou.
Marte deu de ombros.
— Não posso te culpar. Ninguém recebe bem a guerra – pelo menos os espertos. Mas a guerra sempre acha as pessoas, cedo ou tarde. É inevitável.
— Isso é estupidez — Frank disse. — A guerra não é inevitável. Ela mata as pessoas. Ela...
— ...levou sua mãe — Marte finalizou.
Frank queria arrancar esse olhar calmo da cara do deus, mas isso talvez só fosse a aura de Marte o fazendo ficar agressivo. Ele olhou para sua avó, que dormia calmamente. O garoto imaginou se ela iria acordar. Se alguém podia enfrentar o deus da guerra, esse alguém era sua avó.
— Ela está pronta para morrer. — O deus explicou. — Ela está pronta há semanas, mas estava esperando você.
— Eu? — Frank ficou tão chocado que quase esqueceu sua raiva. — Por quê? Como ela poderia saber que eu estava voltando?
— Os lestrigões lá de fora sabiam — Marte disse — imaginei que alguma divindade os havia informado.
Frank piscou.
— Juno?
O deus da guerra gargalhou tão alto que a as janelas sacudiram, mas a avó nem se agitou.
— Juno? Pelos bigodes do javali, criança. Juno não! Estou falando de Gaia. Obviamente ela está vigiando você. Acho que você a preocupa mais do que Percy, Jason ou qualquer outro dos sete.
Frank se sentiu como se o quarto tremesse. Ele queria que houvesse outra cadeira para se sentar.
— Os sete... Você quer dizer os da antiga profecia, das Portas da Morte? Eu sou um dos sete? E Jason, e...
— Sim, sim — Marte sacudiu a mão impacientemente. — Vamos lá garoto. Era pra você ser um bom estrategista. Pense direito! Obviamente seus amigos estão se preparando para essa missão também, presumindo que você volte vivo do Alasca. Juno pretende unir os gregos e os romanos e enviá-los para batalhar contra os gigantes. Ela acredita que esse seja o único modo de deter Gaia.
Marte deu de ombros, claramente insatisfeito com o plano.
— De qualquer forma, Gaia não quer que você seja um dos sete. Percy Jackson... Ela acredita que pode controlá-lo. Todos os outros possuem fraquezas que ela pode explorar. Mas você, você a preocupa. Ela preferiu matá-lo imediatamente. Esse é o motivo de ela ter ressuscitado os lestrigões. Eles estão esperando você aqui há dias.
Frank balançou a cabeça. Marte estava planejando algum tipo de armadilha? De jeito nenhum uma divindade iria se preocupar com Frank, especialmente quando há caras iguais a Percy Jackson para se preocupar.
— Sem fraquezas? Eu não sou nada senão fraquezas. Minha vida depende de um pedaço de madeira!
Marte sorriu.
— Você está se julgando muito cedo. De qualquer maneira, Gaia convenceu esses lestrigões de que se eles comessem o último membro da sua família – e isso quer dizer você – eles herdariam o seu dom de família. Se é verdade ou não, eu não sei. Mas esses lestrigões estão famintos o suficiente para tentar.
Um nó se formou no estômago de Frank. Cinzento havia matado seis desses ogros, mas julgando pelos círculos de fogueiras ao redor da casa, existiam mais dezenas – e todos esperando para ter Frank como café da manhã.
— Eu vou vomitar — o garoto anunciou.
— Não, você não vai — Marte estalou os dedos e o enjoo de Frank desapareceu. — Nervosismo pré-batalha. Acontece com todo mundo.
— Mas a minha avó...
— Sim, ela está esperando para falar com você. Os ogros a deixaram em paz, por hora. Ela é a isca, vê? Agora que está aqui, eles já devem ter sentido a sua presença. Eles irão atacar pela manhã.
— Então nos tire daqui! — Frank exigiu. — Estale seus dedos e destrua os canibais.
— Há! Isso seria engraçado. Mas eu não luto as batalhas de meus filhos. As Parcas possuem ideias claras sobre os trabalhos pertencentes aos deuses e os que devem ser feitos por mortais. Essa missão é sua, garoto. E, uh, caso você ainda não tenha percebido, a sua lança só poderá ser usada novamente daqui 24h, então espero que você tenha aprendido a usar os dons da sua família. Caso contrário, vai virar café da manhã de canibais.
Os dons da sua família. Frank estava esperando falar com sua avó sobre isso, mas agora a única pessoa com quem poderia falar era Marte. Ele encarou o deus da guerra, que estava sorrindo sem absolutamente simpatia alguma.
— Poriclimeno — Frank falou o nome cautelosamente, como em uma competição de soletrar. — Ele é meu ancestral, um príncipe grego, um Argonauta. Morreu lutando contra Hércules.
Marte fez um gesto “continue!” com as mãos.
— Ele possuía uma habilidade que o ajudava em batalha — Frank disse. — Alguma espécie de "presente dos deuses". Minha mãe disse que ele lutava como um enxame de abelhas.
Marte riu.
— É verdade. O que mais?
— De algum modo, a família foi para a China. Eu acho, como no Império Romano, um descendente de Poriclimeno serviu a uma legião. Minha mãe costumava falar de um cara chamado Seneca Gracchus, mas ele também tinha um nome chinês, Sung Guo. Acho... bem, essa é a parte que eu não sei muito bem, mas Reyna sempre disse que havia várias legiões perdidas. A Duodécima fundou o Acampamento Júpiter. Talvez haja outra legião, perdida no leste.
Marte aplaudiu em silêncio.
— Nada mau garoto. Já ouviu falar na Batalha de Carrhae? Grande desastre para os romanos. Eles lutaram contra esses caras chamados Parthians nas fronteiras do Império. Quinze mil romanos morreram. Mais de dez mil viraram prisioneiros.
— E um desses prisioneiros era o meu ancestral Seneca Gracchus?
— Exatamente — Marte concordou. — Os Parthians fizeram os legionários capturados de escravos, já que eram tão bons lutadores. Até que a Parthia foi invadida novamente, pelos...
— Pelos chineses — Frank adivinhou. — E os prisioneiros romanos foram capturados novamente.
— Sim. Meio que embaraçoso. De qualquer forma, foi assim que a legião romana foi para a China. Eventualmente os romanos criaram raízes e construíram uma nova cidade chamada...
— Li-Jien. Minha mãe disse que esse era o nosso antigo nome. Li-Jien. Legião.
Marte parecia satisfeito.
— Agora você está entendendo. E o velho Seneca Gracchus possuía o seu dom de família.
— Minha mãe disse que ele derrotou dragões — Frank relembrou. — Ela disse que ele era... que ele era o dragão mais poderoso de todos.
— Ele era bom — Marte admitiu. — Não bom o suficiente para tirar a má reputação de sua legião, mas bom. Ele se estabeleceu na China, passou os dons da família para seus filhos, e assim por diante. Eventualmente sua família imigrou para a América do Norte e se envolveu com o Acampamento Júpiter...
— Completando o círculo — terminou Frank. — Juno disse que eu completaria o círculo da família.
— Vamos ver — Marte acenou para a avó de Frank. — Ela mesma quer contar tudo a você, mas decidi falar um pouco já que a velha não possui muita força. Então, você compreende o seu dom?
Frank hesitou. Ele tinha uma ideia, mas soava maluca – mais louco do que sua família mudando da Grécia para Roma, então China e depois Canadá. Ele não queria dizer em voz alta. Ele não queria estar errado e ver Marte rindo de sua cara.
— E-eu acho que sim. Mas contra um exército de ogros...
— Sim, vai ser difícil — Marte se levantou e espreguiçou. — Quando sua avó acordar ela irá lhe oferecer ajuda. Depois imagino que irá morrer.
— O QUÊ? Mas eu preciso salvá-la! Ela não pode simplesmente me deixar!
— Ela teve uma vida longa — Marte disse. — Está pronta para seguir em frente. Não seja egoísta.
— Egoísta!
— Essa velha só ficou por aqui tanto tempo por causa de um senso de dever. Com a sua mãe foi a mesma coisa. Esse foi o motivo de eu tê-la amado. Ela sempre colocava o dever na frente de tudo, até da própria vida.
— Até de mim.
Marte tirou os óculos de sol. Aonde deveriam estar seus olhos, haviam miniesferas de fogo como explosões nucleares.
— Auto-piedade não é útil, garoto. Não é digno de você. Mesmo sem os dons da família, sua mãe lhe deu os melhores traços – bravura, lealdade, inteligência. Agora você tem que decidir como vai usá-los. Ao amanhecer, escute a sua avó. Tome seu conselho. Você ainda pode libertar Tânatos e salvar o acampamento.
— E deixar a minha avó para trás para morrer.
— A vida só é preciosa porque acaba, garoto. Veja pelos deuses. Vocês, mortais, não sabem o quão sortudos são.
— Sim — Frank murmurou. — Realmente sortudos.
Marte gargalhou – um som metálico cortante.
— Sua mãe costumava me contar esse provérbio chinês. Prove amargo...
— Prove amargo, para saborear o doce — Frank completou — odeio esse provérbio.
— Mas é verdade. Como eles dizem esses dias – sem dor, sem valor? Mesmo conceito. Você tem o caminho fácil, o caminho apelativo e o caminho pacífico, todos dão na mesma no final. Mas quando você toma o caminho difícil – ah, é aí que você colhe os doces frutos. Dever. Sacrifício. Eles querem dizer algo.
Frank estava tão revoltado que mal conseguia falar. Esse era seu pai?
Claro, Frank entendeu sobre sua mãe virando uma heroína. Entendeu que ela havia salvado vidas e havia sido muito corajosa. Mas ela o deixou sozinho. Isso não era justo. Isso não era certo.
— Eu vou indo — Marte falou. — Mas primeiro, você tinha dito que era fraco. Isso não é verdade. Você quer saber por que Juno poupou você, Frank? Por que esse pedaço de lenha ainda não queimou? É porque você tem uma função a cumprir. Você acha que não é tão bom quanto os outros romanos. Você acha que Percy Jackson é melhor que você.
— E ele é — Frank grunhiu. — Ele lutou contra você e ganhou.
Marte deu de ombros.
— Talvez. Só talvez. Mas todo herói possui um ponto fraco. Percy Jackson? Ele é muito leal aos amigos. Ele não desiste deles. Ele disse isso, há alguns anos. E algum dia vai encarar um sacrifício que não poderá fazer. Sem você, Frank – sem o seu senso de dever – ele irá falhar. Iremos perder a guerra, e Gaia destruirá o nosso mundo.
Frank balançou a cabeça. Ele não podia escutar isso.
— A guerra é um dever — Marte continuou. — A única escolha é você aceitar isso e aquilo pelo que você luta. O legado de Roma está em jogo... cinco mil anos de lei, ordem, civilização. Os deuses, as tradições, as culturas que formam o mundo em que você vive estão ao ponto de ruir, Frank, a não ser que você vença isso. Acho que esse é um motivo para se lutar. Pense a respeito.
— Qual é o meu? — Frank perguntou.
Marte levantou a sobrancelha.
— O seu o quê?
— O meu ponto fraco. Você disse que todos os heróis possuem um.
O deus sorriu secamente.
— Você mesmo precisa responder isso, Frank. Mas você finalmente está fazendo as perguntas certas. Agora vá dormir. Você precisa descansar.
O deus acenou com a mão. Os olhos de Frank ficaram pesados. Ele começou a cair e tudo ficou preto.


— Fai. — Disse uma voz familiar, áspera e impaciente.
Frank piscou. Alguns raios de sol entravam no quarto.
— Fai, levante-se. Por mais que eu queira tirar essa cara ridícula do seu rosto, eu não estou em condições de levantar da cama.
— Vovó?
Ela entrou em foco, olhando para Frank da cama. Ele estava esparramado no chão. Alguém o havia coberto com uma manta e posto um travesseiro sobre sua cabeça, mas ele não fazia a mínima ideia de como isso havia acontecido.
— Sim, meu querido. — Sua avó ainda parecia tremendamente fraca e pálida, mas a sua voz estava forte como sempre. — Agora levante. Aqueles ogros estão cercando a casa. Nós temos muito o que discutir se você e seus amigos querem escapar daqui vivos.





Nenhum comentário:

Postar um comentário