quinta-feira, 17 de outubro de 2013

XI - Piper







SE NÃO FOSSEM OS CAVALOS, PIPER TERIA MORRIDO. Jason e Percy avançaram um contra o outro, mas Tempestade e Blackjack resistiram por tempo suficiente para que Piper pudesse pular para fora do caminho.
Ela rolou para a beira da estrada e olhou para trás, confusa e horrorizada, enquanto os meninos brandiram as espadas, ouro contra bronze. Faíscas voaram, suas lâminas eram borrões – atacando e bloqueando – e o chão estremeceu. A primeira troca de golpes levou apenas um segundo, mas Piper não podia acreditar na velocidade com que ambos manejavam as espadas. Os cavalos se afastaram um do outro – Tempestade trovejando em protesto e Blackjack batendo suas asas.
— Parem com isso! — Piper gritou.
Por um momento, Jason ouviu a voz dela. Seus olhos dourados se voltaram para ela e Percy avançou, batendo a lâmina em Jason. Graças aos deuses, Percy torceu sua espada, talvez de propósito, talvez acidentalmente, de modo que a parte chata da lâmina bateu no peito de Jason, mas o impacto ainda foi suficiente para derrubar Jason de sua montaria.
Blackjack galopou para longe e Tempestade empinou confuso. O cavalo espírito da tempestade investiu através dos campos de girassóis e dissipou-se em vapor.
Percy se esforçou para acalmar seu pégaso.
— Percy! — Piper gritou. — Jason é seu amigo. Largue sua arma!
O braço da espada de Percy baixou. Piper poderia ter sido capaz de deixá-lo sob controle, mas infelizmente Jason ficou de pé.
Jason rugiu. Um raio arqueou do céu azul claro. Ricocheteou em seu gladius e explodiu em Percy, atirando-o para fora de seu cavalo.
Blackjack relinchou e fugiu para os campos de trigo. Jason investiu em Percy, que já estava em pé, suas roupas esfumaçando da explosão do relâmpago.
Por um momento horrível, Piper não conseguia encontrar sua voz. Gaia parecia estar sussurrando-lhe: Você deve escolher um. Por que não deixar Jason matá-lo?
— Não — ela gritou. — Jason, pare!
Ele congelou, a sua espada seis centímetros do rosto de Percy.
Jason voltou, a luz dourada em seus olhos cintilando de forma incerta.
— Eu não posso parar. Um deve morrer.
Algo sobre aquela voz... Não era Gaia. Não era Jason. O que quer que fosse, falava pausadamente, como se o inglês fosse a sua segunda língua.
— Quem é você? — Piper exigiu.
A boca de Jason se contorceu em um sorriso horrível.
— Nós somos os eidolons. Vamos viver de novo.
— Eidolons...? — A mente de Piper acelerou. Ela tinha estudado todos os tipos de monstros no Acampamento Meio-Sangue, mas esse termo não era familiar. — Você... Você é uma espécie de fantasma?
— Ele tem que morrer — Jason voltou sua atenção para Percy, mas Percy tinha se recuperado antes que qualquer um deles percebesse. Ele passou uma rasteira e derrubou Jason ao chão.
A cabeça de Jason bateu o asfalto com um conk nauseante.
Percy levantou-se.
— Parem com isso! — Piper gritou novamente, mas não havia charme em sua voz. Ela estava gritando em desespero.
Percy levantou Contracorrente sobre o peito de Jason.
O pânico fechou a garganta de Piper. Ela queria atacar Percy com sua adaga, mas sabia que não iria ajudar. O que quer que o controlasse, tinha todas as habilidades de Percy. De jeito nenhum ela poderia vencê-lo em um combate.
Ela se forçou a se concentrar. Depositou toda a raiva em sua voz.
— Eidolon, pare.
Percy congelou.
— Me encare — Piper ordenou.
O filho do deus do mar virou. Seus olhos eram dourados em vez de verdes, com o rosto pálido e cruel, nada parecido com Percy.
— Você não escolheu — disse ele. — Então, esse vai morrer.
— Você é um espírito do Mundo Inferior — Piper adivinhou. — Está possuindo Percy Jackson. É isso?
Percy zombou.
— Eu vou viver de novo neste corpo. A Mãe Terra prometeu. Irei onde eu quiser, controlarei quem eu quiser.
Uma onda de frio tomou conta de Piper.
— Leo... foi o que aconteceu com Leo. Ele estava sendo controlado por um eidolon.
A coisa que possuía Percy riu sem humor.
— Você percebeu tarde demais. Não pode confiar em ninguém.
Jason ainda não estava se movendo. Piper não tinha nenhuma ajuda, nenhum modo de protegê-lo.
Atrás de Percy algo farfalhou no trigo. Piper viu a ponta de uma asa negra e Percy começou a virar em direção ao som.
— Ignore-o — ela gritou. — Olhe para mim.
Percy obedeceu.
— Você não pode me parar. Eu vou matar Jason Grace.
Atrás dele, Blackjack emergiu do campo de trigo, movendo-se com discrição surpreendente para um animal de grande porte.
— Você não vai matá-lo — Piper ordenou.
Mas ela não estava olhando para Percy. Ela encontrou os olhos do Pégaso, inferindo todo o seu poder em suas palavras e esperando que Blackjack entendesse.
— Você vai nocauteá-lo.
O charme envolveu Percy. Ele mudou o peso do corpo de pé indeciso.
— Eu... Vou nocauteá-lo?
— Oh, desculpe — Piper sorriu. — Eu não estava falando com você.
Blackjack empinou nas patas traseiras e baixou seus cascos, acertando a cabeça de Percy.
Percy caiu no chão ao lado de Jason.
— Oh, deuses! — Piper correu para os meninos. — Blackjack, você não o matou, não é?
O pégaso bufou. Piper não podia falar cavalês, mas pensou que ele poderia ter dito: Por favor. Eu conheço minha própria força.
Tempestade estava longe de ser visto. O corcel-relâmpago aparentemente voltou para onde quer que os espíritos de tempestade vivessem em dias claros.
Piper verificou Jason. Ele estava respirando de forma constante, mas dois golpes na cabeça em dois dias não poderia ser algo bom para ele. Em seguida, examinou a cabeça de Percy. Não viu qualquer sinal de sangue, mas um grande galo estava se formando onde o cavalo o tinha escoiceado.
— Nós temos que levar ambos de volta para o navio — disse ela a Blackjack.
O pégaso balançou a cabeça em concordância. Ele se ajoelhou no chão, de modo que Piper pudesse prender Percy e Jason sobre suas costas. Depois de muito trabalho duro (meninos inconscientes eram pesados), ela conseguiu deixá-los razoavelmente seguros e montou em Blackjack, partindo para o navio.
Os outros ficaram um pouco surpreso quando Piper apareceu em um pégaso com dois semideuses inconscientes. Enquanto Frank e Hazel cuidavam de Blackjack, Annabeth e Leo ajudaram Piper a levar os meninos para a enfermaria.
— A este ritmo, vamos ficar sem ambrósia — o Treinador Hedge resmungou enquanto cuidava de seus ferimentos. — Como é que nunca me chamam para essas viagens violentas?
Piper sentou-se do lado de Jason. Ela se sentiu melhor depois de um gole de néctar e um pouco de água, mas ainda estava preocupada com os meninos.
— Leo — Piper disse — estamos prontos para velejar?
— Sim, mas...
— Defina Atlanta como destino. Vou explicar mais tarde.
— Mas... Ok. — Ele saiu apressado.
Annabeth não discutiu com Piper também. Ela estava muito ocupada examinando a ferida em forma de ferradura na parte de trás da cabeça de Percy.
— O que o acertou? — ela exigiu.
— Blackjack — Piper respondeu.
— O quê?
Piper tentou explicar enquanto o treinador Hedge aplicava alguma pasta curativa na cabeça dos garotos. Ela nunca tinha ficado impressionada com as habilidades de enfermagem de Hedge antes, mas ele deve ter feito algo certo. Ou isso, ou os espíritos que possuíam os meninos também os deixaram mais resistentes. Ambos gemeram e abriram os olhos.
Dentro de alguns minutos, Jason e Percy estavam sentados em suas camas e capazes de falar formando frases completas. Ambos tinham memórias difusas do que tinha acontecido. Quando Piper descreveu o duelo na estrada, Jason fez uma careta.
— Nocauteado duas vezes em dois dias — ele murmurou. — Grande semideus. — Ele olhou timidamente para Percy. — Desculpe, cara. Eu não tive a intenção de explodir você.
A camisa de Percy estava salpicada com buracos de queimaduras. Seu cabelo estava ainda mais despenteado do que o normal. Apesar disso, ele conseguiu dar uma risada fraca.
— Não é a primeira vez. Sua irmã mais velha fez o mesmo uma vez no acampamento.
— Sim, mas... Eu poderia ter matado você.
— Ou eu poderia ter matado você — disse Percy.
Jason deu de ombros.
— Se houvesse um oceano no Kansas, talvez.
— Eu não preciso de um oceano...
— Meninos — Annabeth interrompeu — tenho certeza de que ambos seriam maravilhosos em matar um ao outro. Mas, agora, precisam descansar um pouco.
— Comida primeiro — Percy interrompeu. — Por favor? E nós realmente precisamos conversar. Baco disse algumas coisas que não...
— Baco? — Annabeth levantou a mão. — Tudo bem, tudo bem. Nós precisamos conversar. Refeitório. Dez minutos. Vou dizer aos outros. E, por favor, Percy... Mude de roupa. Você cheira como se tivesse sido atropelado por um cavalo elétrico.
Leo cedeu o leme ao treinador Hedge de novo, depois de fazer sátiro prometer que não iria dirigir para a base militar mais próxima por diversão. Eles se reuniram em torno da mesa de jantar e Piper explicou o que tinha acontecido em TOPEKA 51 – sua conversa com Baco, a armadilha enviada por Gaia e os eidolons que possuíram os meninos.
— É claro! — Hazel bateu na mesa, o que assustou tanto Frank que ele deixou cair seu burrito. — Isso foi o que aconteceu com Leo também.
— Então não foi minha culpa — Leo expirou. — Eu não comecei a Terceira Guerra Mundial. Acabei sendo possuído por um espírito maligno. Isso é um alívio!
— Mas os romanos não sabem disso — Annabeth disse. — E acreditariam em nossa versão sobre o ocorrido?
— Nós poderíamos contatar Reyna — Jason sugeriu. — Ela acreditará em nós.
Ouvir a maneira como Jason disse o nome dela, como se ela fosse uma tábua de salvação para o seu passado, fez o coração de Piper afundar.
Jason se virou para ela com um brilho de esperança nos olhos.
— Você poderia convencê-la, Pipes. Eu sei que poderia.
Piper sentiu como todo o sangue de seu corpo fosse drenado pelos seus pés. Annabeth olhou para ela com simpatia, como se quisesse dizer: Meninos são tão sem noção. Mesmo Hazel estremeceu.
— Eu poderia tentar — disse ela sem entusiasmo. — Mas é com Octavian que temos que nos se preocupar. No punhal de minha lâmina eu o vi tomar o controle da multidão romana. Não tenho certeza se Reyna pode pará-lo.
A expressão de Jason escureceu. Piper não teve qualquer prazer em estourar sua bolha, mas os outros romanos – Hazel e Frank assentiram com a cabeça.
— Ela está certa — disse Frank. — É tarde demais. Quando estávamos fazendo o reconhecimento da área, vimos as águias novamente. Elas estavam bastante longe, mas se aproximavam rápido. Octavian está a caminhando para uma guerra.
Hazel fez uma careta.
— Este é exatamente o tipo de oportunidade Octavian sempre quis. Ele vai tentar para tomar o poder. Se Reyna contestar, vai dizer que ela é mansa com os gregos. Quanto àquelas águias... É como se pudessem sentir o nosso cheiro.
— Elas podem — disse Jason. — Águias romanas podem caçar semideuses por seu cheiro mágico até mesmo melhor que os monstros. Este navio pode nos esconder um pouco, mas não completamente, não delas.
Leo tamborilou com os dedos.
— Ótimo. Eu deveria ter instalado uma cortina de fumaça que exala o odor de um nugget de frango gigante. Lembre-me de inventar isto da próxima vez.
Hazel franziu a testa.
— O que é um nugget de frango?
— Oh, cara... — Leo balançou a cabeça com espanto. — É mesmo. Você perdeu, tipo, os últimos 70 anos. Bem, minha aprendiz, um nugget de frango...
— Não importa — Annabeth interrompeu. — A questão é que nós vamos ter dificuldade em explicar a verdade para os romanos. Mesmo que eles acreditassem em nós...
— Você está certa — Jason se inclinou para frente. — Nós devemos apenas continuar. Uma vez que chegarmos ao Atlântico, estaremos a salvo – pelo menos da legião.
Ele parecia tão deprimido, Piper não sabia se sentia pena dele ou ressentimento.
— Como você pode ter certeza? — ela perguntou. — Por que eles não nos seguiriam?
Ele balançou a cabeça.
— Você ouviu Reyna falando sobre as terras antigas. Elas são muito perigosas. Semideuses romanos foram proibidos de ir lá por gerações. Mesmo Octavian não poderia contornar essa regra.
Frank engoliu um pedaço de burrito como se tivesse virado papelão em sua boca.
— Então, se formos lá...
— Vamos ser banidos como traidores — Jason confirmou. — Qualquer semideus romano teria o direito de nos matar à primeira vista. Mas eu não me preocuparia com isso. Se conseguirmos chegar ao outro lado do Atlântico, eles vão desistir de nos perseguir. Irão assumir que vamos morrer no Mediterrâneo – o Mare Nostrum.
Percy apontou sua fatia de pizza para Jason.
— Você, senhor, é um raio de sol.
Jason não discutiu. Os outros semideuses olharam para seus pratos, com exceção de Percy, que continuou a desfrutar de sua pizza. Onde ele colocava toda aquela comida, Piper não sabia. O cara podia comer como um sátiro.
— Então vamos planejar com antecedência — Percy sugeriu — e nos certificar de que não morreremos. Sr. D... Baco... Ugh, eu tenho que chamá-lo de Sr. B agora? De qualquer forma, ele mencionou os gêmeos da profecia de Ella. Dois gigantes. Oto e, uh, algo com um F?
— Efialtes — Jason lembrou.
— Gigantes gêmeos, como Piper viu em sua lâmina... — Annabeth correu o dedo ao longo da borda do copo. — Lembro-me de uma história sobre gigantes gêmeos. Eles tentaram alcançar o Monte Olimpo empilhando um monte de montanhas.
Frank quase engasgou.
— Bem, isso é ótimo. Gigantes que podem usar montanhas como blocos de construção. E você diz que Baco matou esses caras com uma pinha em uma vara?
— Alguma coisa assim — disse Percy. — Eu não acho que devemos contar com a sua ajuda neste momento. Ele queria um sacrifício e deixou bem claro que seria um tributo que não se poderia fazer.
Fez-se silêncio em volta da mesa. Piper podia ouvir o treinador Hedge acima cantar no convés – Blow the man down – só que ele não sabia a letra, então cantava em sua maior parte – Blá- blá-hum-de-dum-dum.
Piper não conseguia afastar a sensação de que Baco estava destinado a ajudá-los. Os gigantes gêmeos estavam em Roma. Eles mantinham algo que os semideuses necessitavam – algo naquele pote de bronze.
Fosse o que fosse, ela teve a sensação de que detinha a resposta para selar as Portas da Morte – a chave para a morte infinita. Também tinha certeza de que nunca poderiam derrotar os gigantes sem ajuda de Baco. E se não pudessem fazer isso em cinco dias, Roma seria destruída e o irmão de Hazel, Nico, morreria. Por outro lado, se a visão de Baco oferecendo-lhe uma taça de prata era falsa, talvez as outras visões não tivessem que se tornar realidade também – especialmente a dela, Percy e Jason se afogando. Talvez fosse apenas simbólico.
O sangue de uma semideusa, Gaia tinha dito, e o sangue de um semideus. Piper, minha querida, escolha qual herói vai morrer com você.
— Ela quer dois de nós — Piper murmurou.
Todos se viraram para olhar para ela.
Piper odiava ser o centro das atenções. Talvez isso fosse estranho para uma filha de Afrodite, mas viu o pai dela, uma estrela de cinema, lidar com a fama por anos. Se lembrou de quando Afrodite a tinha reivindicado na fogueira na frente de todo o acampamento, lançando nela uma magia-maquiadora-padrão-rainha-da-beleza. Este tinha sido o momento mais constrangedor de sua vida. Mesmo aqui, com apenas outros seis semideuses, Piper sentiu-se exposta.
Eles são meus amigos, disse a si mesma. Está tudo bem.
Mas teve uma sensação estranha... Como se mais do que seis pares de olhos estivessem olhando para ela.
— Hoje na estrada — ela explicou. — Gaia me disse que precisava do sangue de apenas dois semideuses; um menino e uma menina. Ela... ela me pediu para escolher qual semideus iria morrer.
Jason apertou sua mão.
— Mas nenhum de nós morreu. Você nos salvou.
— Eu sei. É só... Por que ela iria querer isso?
Leo assobiou baixinho.
— Pessoal, lembram-se na Casa do Lobo? Nossa princesa de gelo favorita, Quione? Ela falou sobre derramar o sangue de Jason, como se fosse manchar o local por gerações. Talvez o sangue de um semideus possua algum tipo de poder.
— Ah... — Percy largou sua terceira fatia de pizza.
Ele se inclinou para trás e olhou para o nada, como se o chute do seu cavalo tivesse acertado apenas agora sua cabeça.
— Percy? — Annabeth agarrou seu braço.
— Oh, ruim — ele murmurou. — Ruim. Ruim. — Ele olhou para Frank e Hazel. — Vocês lembram-se de Polibotes?
— O gigante que invadiu o Acampamento Júpiter — disse Hazel. — O anti-Poseidon que você acertou na cabeça com uma estátua de Términus. Sim, acho que eu me lembro.
— Eu tive um sonho — Percy falou — quando estávamos voando para o Alasca. Polibotes estava falando com as górgonas e ele disse... Ele disse que me queria preso, não morto. Ele disse: “Eu o quero acorrentado aos meus pés, para que eu possa matá-lo quando for o momento oportuno. O seu sangue cairá como água das pedras do Monte Olimpo e despertará a Mãe Terra!”
Piper se perguntou se os controles da sala de temperatura foram quebrados, porque de repente ela não conseguia parar de tremer. Era a mesma sensação que havia sentido na estrada ao redor de Topeka.
— Você acha que os gigantes usariam o nosso sangue... O sangue de dois de nós...
— Eu não sei — disse Percy. — Mas até descobrir isso, sugiro que todos nós evitemos ser capturados.
Jason resmungou.
— Nisso eu concordo com você.
— Mas como descobrir tudo isso? — Hazel perguntou. — A Marca de Atena, os gêmeos, a profecia de Ella... Como é que tudo se encaixa?
Annabeth apertou as mãos contra a borda da mesa.
— Piper, você disse Leo para definir Atlanta como nosso destino.
— Certo — disse Piper. — Baco nos disse que devemos procurar... Qual era o seu nome?
— Fórcis — Percy lembrou.
Annabeth pareceu surpresa, como se ela não estivesse acostumada que seu namorado tivesse as respostas.
— Você o conhece?
Percy encolheu os ombros.
— Eu não reconheci o nome em primeiro lugar. Então Baco mencionou água salgada e soou uma campainha. Fórcis é um deus do mar antigo de antes do tempo do meu pai. Nunca o conheci, mas supostamente ele é um filho de Gaia. Eu ainda não entendo o que é que um deus do mar estaria fazendo em Atlanta.
Leo bufou.
— O que um deus do vinho estava fazendo no Kansas? Deuses são estranhos. De qualquer forma, devemos chegar a Atlanta amanhã ao meio-dia, se nada der errado.
— Nem sequer diga isso — Annabeth murmurou. — Está ficando tarde. Todos nós devemos dormir um pouco.
— Esperem — disse Piper.
Mais uma vez, todo mundo olhou para ela.
Ela estava perdendo rapidamente sua coragem, se perguntando se seus instintos estavam errados, mas forçou-se a falar.
— Há uma última coisa — ela disse. — Os eidolons... os espíritos possessivos. Eles ainda estão aqui, nesta sala.

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